terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O MINISTÉRIO DE SHIVA


O MINISTÉRIO DE SHIVA – Laboratório de Autotransformação Pessoal - é um processo gradual de desenvolvimento da consciência através diferentes retiros espirituais. Cada retiro corresponde a um nível de desenvolvimento do processo e tem um programa específico de eventos obrigatórios a serem realizados pelos participantes.


O subtítulo “Laboratório de Autotransformação” não significa que a proposta é de caráter experimentar ou que seus participantes sejam cobaias. Labor = trabalho; Oratório = casa de oração. A alusão ao nome de Shiva, o deus hindu da destruição e renovação das formas, também não significa uma adesão ao Hinduísmo ou a qualquer proposta religiosa devocional já existente, mas sim a utilização de um arquétipo da transformação, tônica principal dos processos de mudança induzidos pelos retiros espirituais.


Na verdade, a presente metodologia se inspira e baseia no processo de vinte e um dias chamado de 'Viver de Luz', elaborado pela australiana Ellen Greve, mais conhecida como Jasmuheen. Essa proposta, no entanto, vem sendo interpretada por muitos apenas como um método para se alcançar o respiratorianismo ou o estado de 'Inédia', isto é: a possibilidade de sobreviver sem alimentos, “se nutrindo somente de prana existente no ar e da luz solar”.

E a presente adaptação pretende propor como objetivo central do processo a Autotransformação, sendo o jejum total apenas uma ferramenta de descondicionamento do corpo, da mente e dos sentimentos recorrentes. Também é necessário dizer que Jasmuheen coloca o processo de Viver de Luz dentro de um quadro de referências esotéricas diferentes do Ministério de Shiva. A criadora do processo de 21 dias trabalha espiritualmente com os Sete Mestres Ascensos e a presente proposta tem uma inspiração teórica gurdjieffiana e antroposófica, por isso introduz nos primeiros módulos os temas do Eneagrama da Personalidade e das técnicas de reorganização biográfica.


Porém, a grande diferença reside no fato do processo elaborado por Jasmuheen ser de 21 dias, voltado para pessoas já espiritualizadas, com prática de meditação e respiração; enquanto a presente proposta tem vários módulos menores, possibilitando a participação de um maior número de pessoas em diferentes níveis de desenvolvimento.


Tais diferenças não diminuem o reconhecimento e a gratidão Jasmuheen e ao seu processo de 21 dias, ao contrário, visam apenas adaptá-lo a um maior número de participantes de diferentes níveis de evolução espiritual, dentro da perspectiva atual do desenvolvimento da consciência – eixo central da Autotransformação pessoal e coletiva.


O MINISTÉRIO DE SHIVA
O MINISTÉRIO DE SHIVA – Laboratório de Autotransformação Pessoal - é um processo de desenvolvimento da consciência em quatro etapas:

a) Retiro de Fortalecimento do Propósito (um retiro espiritual de três dias em grupo);

b) A Emergência do Self (um retiro espiritual de sete dias em grupo);

c) Firmeza e Ampliação da Consciência (um processo de 14 dias, sendo sete de confinamento em grupo e sete de trabalho individual); e

d) Processo Completo de Autotransformação (um longo retiro espiritual de 21 dias que capacita o participante a organizar e coordenar as primeiras etapas do processo).


Cada etapa de desenvolvimento do processo tem um programa de eventos obrigatórios a serem realizados pelos participantes.


a) Retiro de Fortalecimento do Propósito (retiro espiritual de três dias em grupo)


O principal objetivo do evento é fortalecer a capacidade de força de vontade, necessária para os participantes colocarem em prática as mudanças que eles já desejarem. Por exemplo, a pessoa fuma cigarros e quer parar. Não se trata de curar a pessoa do vício, mas de promover sua capacidade de fazê-lo. Após o processo, a pessoa não deve se sentir forçada a parar de fumar (ser vitorioso ou derrotado), mas sim em se sentir mais capaz de fazê-lo em seu cotidiano, pois sentirá fortalecida a sua crença na própria capacidade de realização. É uma oportunidade para treinar a capacidade de colocar em prática aquilo que se deseja e não se consegue realizar, sem contudo se sentir obrigado a fazê-lo de imediato. As mudanças virão naturalmente em virtude do fortalecimento da firmeza e da força de vontade. A participante pode fazer até três retiros deste tipo, antes de passar para outro nível, ou seja, para os retiros de sete dias.


Embora seja esse módulo adequado aos portadores de dependência química, o retiro não tem caráter prioritariamente terapêutico ou pretende recuperar seus participantes de seus vícios. Todos os módulos do processo são voltados para o autoconhecimento e têm um caráter eminentemente espiritual, não sendo indicado para portadores de deficiências mentais e doentes crônicos com medicação permanente (diabéticos, cardíacos, etc) ou para dependentes químicos de drogas pesadas que sofram de crises abstinência.


CÓDIGO DE DISCIPLINA (REGRAS OBRIGATÓRIAS):
Apesar de pagos, os retiros não devem ser encarados com um serviço ou bem de consumo que o participante adquiriu. O comportamento de 'consumir' não só é inadequado como pode se converter em uma resistência do ego à transformação dos padrões de comportamento. A primeira é mais importante regra do processo é não se sentir no direito de nada, aceitando apenas o que lhe for oferecido. Esta regra se desdobra em um rigoroso código de disciplina, descriminado a seguir que o participante deve aceitar antes de iniciar o processo.


Durante os períodos de jejum total, o participante não poderá consumir nada, inclusive de água, e guardar o mais absoluto silêncio, só se comunicando em cada de extrema necessidade com os organizadores do processo. Também não poderá fazer uso de rapé, cigarros ou outras coisas. A leitura ou a prática de outras técnicas (como a urinoterapia) não é aconselhada. O participante deve concentrar toda sua atenção na observação direta de si mesmo: em seu corpo, em seus pensamentos e em seus sentimentos. Não é permitida o uso de notebook, celular, aparelhos de som, instrumentos musicais, jogos de adivinhação (tarô, I Ching, Runas), como também de práticas como a Ioga, o Reiki ou Tai-chi. O participante não poderá tomar banhos frios. Qualquer tipo de atividade sexual também fica proibida.


O participante assume o compromisso ainda de obedecer a quaisquer pedidos ou ordens dos organizadores do retiro durante o transcorrer do processo.


A situação do participante assemelha-se a do monge renunciante – que faz votos de pobreza, castidade e obediência – sendo que apenas durante a duração do processo (enquanto o monge faz os votos permanentemente). A eles adiciona-se o voto de silêncio.


Caso o participante quebre o código de disciplina será automaticamente desligado do retiro, não receberá o dinheiro investido no processo e terá sua futura participação questionada em outros retiros e atividades do Ministério de Shiva.


Há cada módulo do processo, o participante deve assinar um termo de responsabilidade, assumindo todos os riscos por sua saúde e preencher uma ficha de acompanhamento, antes e depois do retiro.

b) A Emergência do Self (um retiro espiritual de sete dias em grupo) é o segundo módulo do Ministério de Shiva e consiste em um aprofundamento do autoconhecimento, iniciado no primeiro módulo do Retiro de Fortalecimento do Propósito. Espera-se agora que os participantes já se sintam seguros para passar sete dias de jejum, dois deles sem água; dois com sucos verdes e de fruta (quatro dias de imobilidade); e dois com uma dieta vegetariana de baixa caloria em conjunto com exercícios físicos. Segue-se assim um modelo semelhante ao primeiro módulo, mas com mais tempo para que a consciência se diferencie do Ego e para que o Eu Superior dos participantes se manifeste com mais clareza, mostrando a cada um sua conexão com a dimensão espiritual.

A grande diferença é que ao invés de usar o Eneagrama como modelo para pensar a personalidade dos participantes, esse segundo módulo utiliza a metodologia biográfica da Antroposofia, que divide a vida em períodos de sete anos, em conjunto com técnicas de recapitulação dos eventos da vida inspirados na Gestalt terapia e no xamanismo tolteca. Nesse processo, os participantes são chamados a lembrar, escrever e contar suas vidas em perspectiva. Nesse caso, o voto de silêncio só deverá ser adotado a partir do quarto dia do processo, quando o participante tiver absorvido o modelo proposto e estará tentando se lembrar de sua vida. Outra diferença marcante é a maior presença da meditação diária e um aprofundamento nos exercícios de respiração nesse módulo.

c) Firmeza e Ampliação da Consciência (um processo de 14 dias, sendo sete de confinamento em grupo e sete de trabalho individual) é o terceiro módulo do processo de autotransformação denominado de Ministério de Shiva. A primeira etapa desta etapa assemelha-se a segunda, a Emergência do Self, porém aumentam as exigências e restrições: agora são três dias sem água, silêncio durante todo o processo e um nível de auto observação ainda mais apurado. A pessoa para participar deste processo tem necessariamente de ter feito os módulos anteriores e irá precisar do esquema com a história de sua vida desde o começo do retiro para aprofundá-lo, chegando aos 'pontos cegos' do inconsciente, feridas emocionais que precisam ser curadas para que a consciência se desenvolva.

Essa tendência se aprofunda ainda mais na segunda parte deste terceiro módulo de Firmeza e Ampliação da Consciência, quando a participação não se dá mais em grupos (em que as pessoas começam e terminam o retiro juntas) e sim individualmente, sem sincronia entre os participantes (mas com supervisão dos organizadores, em um local adequado). Nessa segunda parte, em que se passa todo retiro em silêncio e quatro dias completos sem água (um dia a mais que o retiro anterior); há horários comuns para meditação, respiração e oração; mas os participantes passam a maior parte do tempo em seus quartos, observando a si mesmos.

d) Processo Completo de Autotransformação (retiro espiritual de 21 dias que capacita o participante a organizar e coordenar as primeiras etapas do processo). Na verdade, foi o processo Viver de Luz que capacitou os organizadores do Ministério de Shiva a elaborar a a presente proposta, sendo este último módulo igual ao processo de Jasmuheen. A primeira semana, o participante trabalha o corpo físico e fica sete dias sem tomar água. No terceiro dia, elabora uma lista de pedidos para os anjos. É muito comum ocorrer uma dissociação entre ego e percepção, isto é: você (sua consciência) se percebe pensando de forma clara. No sétimo dia, a pessoa toma água diamantina e começa o trabalho sobre o corpo emocional, que dura toda segunda semana. Na terceira semana, trabalha-se o corpo mental. Como a cabeça é mais dura que o coração e o corpo, por isso fica por último, se adaptando as mudanças dos outros dois corpos. Aqui, se a pessoa fizer uma revisão crítica das duas primeiras semanas, as fichas caem e ela se determina a por em prática mudanças definitivas em seus comportamentos mais profundos. Também na terceira semana, começam os exercícios e caminhadas. Assim posto, o processo de Viver de Luz não é um mero jejum e sim um método de desenvolvimento global da consciência. Esse módulo segue também a mesma lógica que o anterior: é individual, cada participante passa seu tempo sozinho, com três encontros diários de meditação, respiração e oração.

É importante observar que o Ministério de Shiva não apenas democratiza o processo de Viver de Luz como também o qualifica, pois a pessoa ao fazer os módulos se prepara de modo a ter um melhor aproveitamento do processo de 21 dias, que deve sempre ser feito com supervisão experiente em ambiente adequado. Nosso foco essencial é, repitamos, a Autotransformação e o desenvolvimento da consciência – e não os efeitos secundários: as mudanças alimentares e/ou comportamentais. E esse foco principal também objetiva melhor todo processo, tornando-o ainda mais efetivo e permanente.