segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O EFEITO AYAHUASCA

 


O EFEITO AYAHUASCA


Marcelo Bolshaw GOMES1


Conta uma lenda que, nos primórdios da história da terra, houve uma grande conferência de todos animais existentes, em protesto contra a atitude devastadora e ignorante do Homem diante do meio ambiente.

A natureza é a grande mãe de todos os bichos e o homem deseja submetê-la aos seus caprichos" - denunciou a serpente, cobrando uma atitude de todos.

A única forma é fazê-lo sentir na própria pele o efeito de seus atos, mesmo que isso leve muitas gerações" - ponderou o coiote.

E assim, ficou decidido que cada animal se transformaria em uma doença humana: o leão seria os males do coração; o elefante, a obesidade; os equinos, as doenças de pele. E quanto mais o Homem destruísse a Natureza, mais ele seria vítima da vingança dos espíritos animais, na forma de doenças. 

Segundo a lenda, então, o mundo vegetal sentiu compaixão pelo Homem e decidiu ajudá-lo. E as plantas se transformaram em remédios, uma para cada tipo de doença gerada pelos instintos animais.

Às plantas mais nobres, o cipó jagube e a folha rainha, foi dada a missão de despertar a consciência, para que um dia o Homem aprendesse a viver em harmonia com a terra e cumprisse seu destino.


Em 1986, tive o privilégio de conhecer os padrinhos Sebastião Mota e Manuel Corrente; e de me fardar, no dia de São João Batista, na Doutrina do Santo Daime. Dentre as muitas mudanças desencadeadas por este fato, ressalto uma reaproximação espiritual de minha família e das práticas mediúnicas kardecistas em que fui educado. Morei na Amazônia de 91 a 95, trabalhando em condições e atividades que variaram desde professor primário (transdisciplinar e multiserial) na vila do Céu do Mapiá (capital do Santo Daime no interior da floresta amazônica, município de Pauiní, Estado do Amazonas) até a de redator do jornal O Rio Branco e editor de telejornal TJ ACRE (SBT), quando também participei da diretoria da Colônia Cinco Mil, então presidida pelo padrinho Wilson Carneiro. Ajudei na organização e participei do Centenário do Mestre, evento comemorativo da data natalícia do fundador do Santo Daime, Raimundo Irineu Serra, em dezembro de 1992. E de 1995 até 2008 me tornei professor de comunicação social na UFRN, onde também fiz mestrado e doutorado em ciências sociais. Durante esse período continuei participando do Daime no nordeste, fundando e ajudando a fundar vários centros, inclusive o de Canoa Quebrada, no Ceará, da qual até hoje faço parte.

Impossível descrever aqui a transformação propiciada pelo Daime - seja pela bebida; seja pela doutrina musical e poética - e pelo desenvolvimento cognitivo e espiritual que ambos juntos desencadeiam. Desenvolvendo esses dois temas (a bebida e a doutrina) escrevi o ensaio O que é Santo Daime; e alguns anos depois o reescrevi de forma mais acadêmica A ayahuasca como sistema de cuidados. Também escrevi textos m sobre o Kambô, sobre a Jurema, sobre xamanisomo e sobre outras experiências esotéricas2.

O consumo da ayahuasca facilita e qualifica o sonhar conscientemente, os ‘sonhos lúcidos’, isto é, a ocorrência de estado de funcionamento cerebral de alto desempenho - o sono REM (rapid eye moviment) – que normalmente acontece enquanto o sujeito está dormindo, durante o estado de vigília.Há grandes diferenças entre as distorções cognitivas provocadas por entorpecentes e o uso ritual de plantas de poder. Quando utilizado com finalidades de autoconhecimento, o uso de substâncias psíquicas é chamado de ‘enteógeno’ em oposição ao termo ‘alucinógeno’ – utilizado para caracterizar o efeito alienante e a distorção perceptiva.

A miração se aproxima muito mais de uma super cognição (envolvendo os dois hemisférios cerebrais simultaneamente) do que de uma alucinação ou de apenas ilusões visuais. Super cognição que permite à consciência enraizada no presente ativar as memórias do passado com objetividade visual e prever (ou até mesmo influenciar) acontecimentos futuros, “resolver problemas”, conseguir reverter as relações de conflito, submissão ou enaltecimento que se apresentem na própria 'miração'. Quando os índios tentam explicar o que a Ayahuasca é para eles, usam comparações como o ‘cinema do índio’, a ‘televisão’ do índio e até ‘o avião do índio’. A Ayahuasca é o que permite uma visão ao longe e media o modo de ver o universo em seu conjunto. O sonho se torna uma tecnologia de transcendência do tempo/espaço.

Charles S. Grob fez a mais ampla revisão bibliográfica sobre a Ayahuasca na área da psicologia clínica e neuro psiquiatria (METZNER, 2002, p. 195) e considera a hiper sugestionabilidade como um dos efeitos psico químicos, detalhando o aspecto ambiental (setting) em vários fatores (o papel do líder, do grupo, do local). Ele é um dos pesquisadores que concluem que “o contexto, o roteiro e o propósito” são mais importantes do que os efeitos químicos de substâncias psicoativas (nos processos de “cura” e de autoconhecimento propiciados pela bebida).

Em relação às características dos estados de consciência quimicamente alterados pela Ayahuasca, Grob aponta: a) Diminuição ou expansão da consciência reflexiva, com alterações de pensamento, mudanças subjetivas na concentração, na atenção, na memória e no julgamento podem ser induzidas voluntariamente em vários níveis de uma mesma experiência. b) Aumento da imaginação visual. Grob também identifica, dentre as experiências de milhares usuários entrevistados, várias recorrências psicológicas durante o transe: medo de perder o controle; resistência do ego (bad trip) e transcendência para estados místicos (entrega); aumento da expressão emocional - tristeza, alegria, desespero, fé; entre outras menos frequentes.

Outra grande contribuição ao estudo psicológico da Ayahuasca é o trabalho de Benny Shanon, O Conteúdo das visões da Ayahuasca (2003). Shanon entrevê, através deste sistema cognitivo de conteúdos/domínios, os parâmetros estruturais da consciência e destaca pelo menos quatro aspectos relevantes em relação ao efeito da Ayahuasca: a percepção do pensamento como uma cognição coletiva, a indistinção entre o interior e o exterior, as experiências des-indentificação pessoal e de tempo não-linear.

Sob o efeito da DMT os pensamentos não são individuais, mas sim ‘recebidos em rede’ (a mente como um rádio); que não existe a distinção entre o sensorial e o sensível; podem se transformar em animais (jaguares e águias são frequentes) ou em outras pessoas; e finalmente percebem o transcorrer do tempo de forma desigual, em que alguns segundos demoram séculos e horas se sucedem rapidamente e em que alguns momentos se experimentam a simultaneidade (ou a sensação de eternidade) temporal.

Quando baixamos arquivos no computador, pode-se perceber que alguns segundos demoram mais que outros, em função do peso do arquivo e da aceleração da conexão da internet. O que Shanon suspeita é que o mesmo acontece com a mente, mas só é perceptível sob o efeito da Ayahuasca. A DMT nos recoloca novamente dentro da simultaneidade.

O modelo de estágios progressivos de estados de consciência de Strassman tem seu valor, mas é preciso perceber que ele também se baseia em um sistema de crenças, mesmo que sejam crenças científicas céticas. Eu, por exemplo, prefiro um modelo de quatro paradigmas diferentes sobrepostos e simultâneos no trabalho espiritual com DMT: o paradigma da luta do bem contra o mal; o paradigma de ajuda aos sofredores; o paradigma de diálogo/conflito do Eu com o Outro; e, finalmente, o paradigma da Consciência da Divindade.

A DMT permite a utilização consciente da memória visual através do lado direito do cérebro, em oposição à nossa memória discursiva ordinária organizada através da fala. É a fala que transforma a memória em narrativa, se simplesmente contarmos nossa estória, oscilaremos entre os papéis de vítima e de herói. É o hemisfério esquerdo do cérebro que acessa a memória e quer comunicar a lembrança resgatada a alguém. É a memória falada, atualizada e editada pelo ego no presente. Com a DMT, ao contrário, feita em estado de silêncio interior, sem interlocutor ou escuta analítica externa, as lembranças emergem objetivas, permitindo a reintegração emocional dos momentos vividos com distanciamento, vistos de fora, como em um filme narrado por outra pessoa. E essa pode ser a principal aplicação terapêutica da DMT em um futuro breve: fechar (reviver e superar) as feridas emocionais que jorram do inconsciente.

O Ayahuasca cura por agravamento. Aumentando os sintomas, forçando o organismo à adaptação. Do ponto de vista espiritual, ela aumenta o ego de seus bebedores. Para que eles observem como são e se modifiquem. Mas, nem sempre é isso que acontece. Não conseguimos encarar nossos medos e raivas. Na maioria das vezes, projetamos nossos defeitos ampliados nos outros.

Além disso, só vamos entender o significado das imagens depois. Um exemplo: mirei a morte de meu pai várias vezes antes dela efetivamente acontecer. Nesses momentos, eu pensava que era mensagem espiritual falsa, mas na verdade era antecipação emocional que me preparou para esvaziar de sentimentos egóicos o momento em que realmente meu pai veio a falecer.

Os sonhos, devaneios e mirações envolvendo o Sagrado Feminino formam um processo de aprendizado existencial longo e complexo. Geralmente não são experiências emocionalmente agradáveis e tem um efeito de transformação de comportamentos. Sempre tive um sonho recorrente com a luz – a presença do divindade feminina iluminando os reinos sombrios da escuridão. Perante Ela, eu e todos os seres densos que me cercam se sentem pesados, sujos, passageiros e atrasados. Não há possibilidade de revolta, não há possibilidade de fuga, não há possibilidade de evolução. Diante dessa luz eterna, apenas a aceitação diminui o sentimento de inferioridade existencial. E esse é o efeito do DMT no cérebro: a luz que pacifica os desejos de destruição do instinto animal.

Há uma evidente mudança de atitude na maioria das pessoas que tomam Daime. Apenas cerca de 10%, aproximadamente, consideram a experiência sem significado para sua vida. Dos 90% que consideram a experiência relevante, mais da metade não volta ou participa esporadicamente dos cultos. As instituições calculam, informalmente, que, em média, 30% dos que conhecem o Santo Daime, escolhem este caminho para seu desenvolvimento espiritual e se fardam.

Com passar dos anos, há uma grande taxa de evasão, a participação dos rituais se banaliza e o impacto de transformação do começo perde seu poder, levando o adepto ou a novos níveis de esforço e aplicação para seguir com seu desenvolvimento ou a uma adaptação conformista em relação às instituições religiosas e à própria sociedade em geral. Houve um momento em que a vida comunitária na Amazônia era estimulada como uma forma de continuar o processo de desprogramação da vida social, mas, atualmente, todas as instituições que trabalham com o Santo Daime dão ênfase à integração social de seus participantes. Também se levem em conta que há grandes desigualdades culturais na expansão: o Santo Daime do norte do país sempre foi bem diferente da religião no sul e sudeste. No Acre, o Daime é uma religião popular e tem um caráter conservador, um aspecto importante da identidade cultural daquele estado; no sudeste, ele floresceu em extratos da classe média urbana, com jovens culturalmente globalizados oriundos da vida política e do universo das drogas. São estratos sociais bem diferentes, com formações culturais bastante distintas. Os dirigentes centros da Amazônia dizem que “igreja não é clínica de tratamento de pessoas com distúrbios psicológicos ou com dependentes químicos”.

Ocorre, no entanto, que no sul e sudeste do país, a grande maioria dos fardados são ex-dependentes ou portadores de distúrbios de comportamento, que descobriram na doutrina uma forma de conforto e transformação. E essa demanda clínica está em processo de crescimento exponencial no exterior.

A resolução do CONAD é representa a legalização da Ayahuasca no Brasil. Mas, há também uma contrapartida negativa: a regulamentação poderá levar a uma fossilização institucional do movimento, a uma folclorização cultural dos rituais e/ou a um distanciamento cada maior da verdadeira essência do espírito revolucionário do Ayahuasca. A necessidade de regulamentação do movimento ayahuasqueiro está levando a um progressivo enquadramento social dos grupos e a uma atitude conformista em relação a mudanças na sociedade e nas instituições.

Também acompanhei os esforços dos pesquisadores do Instituto de Neurociências da UFRN em sintetizar um medicamento com base na química da ayahuasca, retirando-a de seu contexto religioso e colocando-a em ambiente clínico. Atualmente, várias pesquisas investigam a utilização de medicamentos a base da Ayahuasca para tratamento químico de depressão, neuroses, fobias, síndromes neurológicas, bem como seu uso como potencializador da consciência em processos terapêuticos.

E esse é um ponto que considero importante: não basta sintetizar um remédio, é preciso estabelecer processos terapêuticos semelhantes aos rituais (envolvendo canto e expressão corporal), bem como métodos de acessar e interpretar os conteúdos imaginéticos. Eu mesmo fiz experiências associando o uso do ayahuasca com hipnose regressiva para acessar memórias traumáticas.

Mas, há, além da aplicação clínica e da espiritualidade dos cultos, uma terceira posição em relação ao significado do fenômenos Ayahuasca. Com Terence McKenna (1993, 1994, 1995 e 1996) a pesquisa sobre enteógenos chega ao patamar da Etnofarmacologia, isto é, ao estudo simultâneo dos contextos culturais e das substâncias químicas em um novo quadro de referências.

McKenna estabelece uma associação estratégica entre duas hipóteses diferentes até então, que se tornaram os cânones do movimento enteógeno: em primeiro lugar, a hipótese de que foi através da ingestão de substâncias químicas psicoativas que os macacos se tornaram conscientes de si, dando início à evolução da espécie humana. Nesta hipótese, sugere-se que toda nossa experiência com o sagrado derivou originalmente do consumo de substâncias químicas. E depois, a hipótese de Gaia (James Lovelock e Lynn Margulis) segundo a qual a biosfera da Terra é na verdade um organismo vivo. Para McKenna, mais do que dispositivos para o controle social (as drogas), as substâncias psicoativas teriam como função primordial a re-ligação dos homens com a consciência do planeta.

Mas, o que realmente chama atenção nas ideias dos irmãos McKenna é a compreensão das plantas enteógenas no contexto de uma “grande simbiose”. Nesta perspectiva, a simbiose entre as plantas e os animais na biosfera da terra não se limita à troca de oxigênio por gás carbônico ou à produção recíproca de alimento e proteção, mas, sobretudo, a um projeto maior, no qual as plantas enteógenas cumprem um papel estratégico modificando o comportamento humano em relação ao meio ambiente.

Também segundo Metzner (2002), a Ayahuasca é um veículo de uma mensagem do reino vegetal – e a DMT, uma mensagem química da floresta para nosso cérebro - para reverter o processo planetário de autodestruição do homem e da vida orgânica. Para Metzner, a experiência emergente da espiritualidade da medicina da Ayahuasca transborda os limites de todas as tradições religiosas que a utilizam. A Ayahuasca nos dá saúde, conhecimento, poder espiritual. E nós? O que estamos dando em troca? Amor e alegria? Aperfeiçoamento pessoal, dinheiro e trabalho para as instituições responsáveis? Ou você não se acha em dívida com ninguém?

O Daime é uma leitura da Ayahuasca. O conceito 'daime' é uma interpretação teológica e poética, que a torna um sacramento cristão, um veículo de comunhão e de celebração da dádiva. O daime é a resposta à pergunta de Metzner (o que damos em troca do recebemos?). A retribuição da generosidade divina com a generosidade humana em um forte sentimento de agradecimento. “Já que tudo me foi dado, vou me dar todo também” – essa ideia é que faz vigorar o sentido do Sacramento, não é mais a planta, a bebida ou a doutrina que é sagrada, mas “Eu sou” (um em conjunto com a divindade).



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LABATE Beatriz Caiuby; ARAUJO, Wladimyr Sena. O Uso Ritual da Ayahuasca. Campinas, Mercado de Letras/Fapesp, 1ª ed., 2002.

LABATE Beatriz Caiuby A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos Centros Urbanos. Campinas, Mercado de Letras/Fapesp, 2004.

MCKENNA, Dennis J.; CALLAWAY, J. C. ; GROB, Charles S. The Scientific Investigation of Ayahuasca: A Review of Past and Current Research. The Heffter Review of Psychedelic Research, Volume 1, 1998. < http://www.udv.org.br/portugues/downloads/05.pdf >

MCKENNA, T. - Alucinações Reais Rio de Janeiro: Record/Nova Era, 1993.

_____ Alimento dos Deuses Rio de Janeiro: Record/Nova Era, 1995.

_____ Retorno à cultura arcaica Rio de Janeiro: Record/Nova Era, 1996.

_____ (com Ralph Abraham e Rupert Sheldrake) Caos, Criatividade e o retorno do Sagrado - triálogos nas fronteiras do Ocidente São Paulo: Cultrix/Pensamento, 1994.

METZNER, Ralph. Ayahuasca - Human Consciousness and the Spirit of Nature. Thunder's Mouth Press, New York, 1999. Tradução Márcia Frazão, Rio de Janeiro: Gryphus, 2002.

SHANON, Benny. - Ayahuasca visions - a comparative cognitive investigation, Yearbook for Ethnomedicine and the Study of Consciousness, 7, 1998, 227-250.

____ - "A ayahuasca e o estudo da mente" in: LABATE B. & SENA ARAÚJO W. O uso ritual da ayahuasca, 2002a pp. 631-659.

________ O Conteúdo das visões da Ayahuasca. Revista Mana, Out 2003, vol.9, no.2, p.109-152. 2003.

STRASSMAN, Richard. DMT: the spirit molecule: a doctor's revolutionary research into the biology. Rochester: Park Street Press, Inner Traditions, 2001.


1 Jornalista, professor e doutor em ciências sociais.

sábado, 2 de julho de 2022

AFORISMOS MEMORIAIS

  

Em busca da identidade esquecida


Esse trabalho é um monumento à assimilação Um memorial é uma forma de agradecimento às coisas e pessoas que não queremos esquecer, que não queremos que sejam esquecidas pelos que vierem depois de nós: um monumento à assimilação mimética. Comemora a descoberta surpreendente de que estudo a imitação através da imitação; de que sou a soma criativa de várias assimilações miméticas, e que, um dia, certamente também serei assimilado. Nietzsche disse que a felicidade estava no esquecimento. Mas, escrever as próprias memórias é também se esquecer delas e ser feliz. Tirá-las da cabeça e coloca-las no papel para todos.

Texto ensaístico e escrito por aforismos, fragmentos temáticos descontínuos formando um mosaico – modelo que Nietzsche adotou dos filósofos pré-socráticos. Escrever por aforismos é estabelecer uma arqueologia da própria memória em módulos, um inventário de arquivos que nos caracterizam. Através de aforismos curtos, apresento resumos dos meus principais trabalhos e de seus contextos de formação, na forma de mosaico de fragmentos de memória da história do Brasil. 

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sexta-feira, 3 de junho de 2022

Deus Machine

 


Deus criou o homem. E o homem, imitando o Criador, criou a máquina.

A realidade é o sonho de Deus; o simbólico é o sonho das homens; e o virtual, o sonho das máquinas. Assim, a imagem não achata o símbolo; o ciberespaço não substitue a utopia; e o imaginário não se reduz à simulação.

Então o homem matou Deus e a máquina matou o homem.

E todos sonhos se perderam.

domingo, 27 de março de 2022

linha do tempo annunaki

 



A Linha do Tempo Anunnaki na história da Terra

Baseado no Código Cósmico: O Sexto Livro das Crônicas da Terra, de Zecharia Sitchin, esta é a linha do tempo histórica de nosso planeta:

Eventos antes do dilúvio

  • 450.000 anos atrás: em Nibiru, um planeta distante de nosso sistema solar, que também orbita o sol/estrema Sírius [Alfa da Constelação de Canis Major] a vida enfrenta uma lenta extinção enquanto a atmosfera do planeta sofre erosão. Deposto por Anu, o governante Alalu foge em uma nave espacial e encontra
    refúgio na Terra. Ele descobre que a Terra possui ouro em abundância que pode ser usado para proteger a atmosfera de Nibiru.
  • 445.000 aC: Liderados por Enki, um filho de Anu, os Anunnaki em terra na Terra, estabelecem um posto avançado chamado de Eridu – Estação Terrestre I – para extrair ouro das águas do Golfo Pérsico.
  • 430.000 aC: O clima da Terra se torna mais ameno. Mais Anunnaki chegam à Terra, entre eles a meia-irmã de Enki, Ninhursag, Oficial Médica Chefe dos Anunnaki.
  • 416.000 aC: Enquanto a produção de ouro diminui, Anu chega à Terra com Enlil, o herdeiro do comando do planeta Nibiru. Decide-se obter o ouro vital minerando-o nas terras situadas no sul da África. Tirando a sorte, Enlil ganha o comando da Missão Terrestre; Enki é relegado para a África. Ao partir da Terra, Anu é desafiado pelo neto de Alalu.
  • 400.000 aC: Sete assentamentos funcionais são implantados entre os rios Tigre e Eufrates, no sul da Mesopotâmia que incluem um espaçoporto (Sippar), Centro de Controle de Missão (Nippur), um centro metalúrgico (Shuruppak). Os minérios chegam em navios da África; o metal refinado é enviado para os orbitais tripulados por Igigi e, em seguida, transferido para espaçonaves que chegam periodicamente de Nibiru.
  • 380.000 aC: Obtendo o apoio dos Igigi, o neto de Alalu tenta obter o domínio da Terra. Os Enlilitas vencem a guerra dos deuses antigos.
  • 300.000 aC: Os Anunnaki trabalhadores nas minas de ouro da África do Sul se amotinam por causa das péssimas condições de trabalho. Enki e Ninhursag resolvem criar trabalhadores escravos primitivos por meio da manipulação genética da mulher Macaca; eles assumem as tarefas manuais dos Anunnaki. Enlil invade as minas no sul da África, traz os Trabalhadores Primitivos para o Edin na Mesopotâmia [o Jardim do Éden bíblico]. Dada a capacidade de procriar, o Homo Sapiens começa a se multiplicar.
  • 200.000 aC: A vida na Terra regride durante um novo período glacial.
  • 100.000 aC: clima aquece novamente. Os Anunnaki (os Anakim, Nefilim bíblicos), para o crescente aborrecimento de Enlil, “casam-se” com as filhas do Homem. 
  • 75.000 aC: A “maldição da Terra” – uma nova Idade do Gelo começa. Tipos regressivos do homem vagam pela Terra. O homem Cro-Magnon sobreviveu. 
  • 49.000 aC: Enki e Ninhursag elevam humanos de ascendência Anunnaki para governar em Shuruppak. Enlil fica enfurecido. Ele planeja a morte da humanidade.
  • 13.000 aC: Percebendo que a passagem de Nibiru nas proximidades da Terra desencadeará um imenso maremoto, Enlil faz os Anunnaki jurarem manter a calamidade iminente em segredo da humanidade para que a mesma pereça.
Eventos após o dilúvio de Noé
  • 11.000 aC: Enki quebra o juramento e instrui Ziusudra / Noé a construir um imenso navio submersível. O Dilúvio varre a Terra; os Anunnaki testemunham a destruição desde a sua espaçonave em órbita na Terra, para onde fugiram para escapar da fúria das águas. Enlil concorda em conceder aos remanescentes implementos e sementes de hortaliças e cereais para a humanidade sobrevivente; a agricultura começa nas terras altas. Enki domestica os animais.
  • 10.500 aC: Os descendentes de Noé receberam três regiões. Ninurta, o filho principal de Enlil, represa as montanhas e drena os rios para tornar a Mesopotâmia habitável; Enki recupera o vale do Nilo. A península do Sinai foi mantida pelos Anunnaki como um espaço porto pós-diluvio; um centro de controle é estabelecido no Monte Moriah (a futura Jerusalém).
  • 9.780 aC: Ra / Marduk, o filho primogênito de Enki, divide o domínio sobre o Egito entre Osíris e Seth.
  • 9.330 aC: Seth apreende e desmembra Osíris, assume o governo exclusivo do vale do Nilo.
  • 8.970 aC: Hórus vinga seu pai, Osíris, lançando a Primeira Guerra da Pirâmide. Seth foge para a Ásia, conquista a península do Sinai e Canaã.
  • 8.670 aC: Em oposição ao controle resultante de todas as instalações espaciais pelos descendentes de Enki, os enlilitas lançam a Segunda Guerra da Pirâmide. O vitorioso Ninurta esvazia a Grande Pirâmide de seu equipamento. Ninhursag, a meia-irmã de Enki e Enlil, convoca uma conferência de paz. A divisão da Terra é reafirmada. O governo do Egito foi transferido da dinastia Rá / Marduk para a de Thoth. Heliópolis foi construída como uma cidade-farol substituta.
  • 8.500 aC: Os Anunnaki estabelecem postos avançados no portal das instalações espaciais; Jericho é um deles.
  • 7.400 aC: Enquanto a era de paz continua, os Anunnaki concedem novos avanços à humanidade;  o período Neolítico começa. Semideuses governam o Egito, a civilização do Rio Indus, a Mesopotâmia e demais regiões da Terra.
  • 3.800 aC: A civilização urbana começa na Suméria quando os Anunnaki restabelecem as Cidades Antigas, começando com Eridu e Nippur. Anu vem à Terra para uma visita espetacular. Uma nova cidade, Uruk (Erech), é construída em sua homenagem; ele faz de seu templo a morada de sua amada neta Inanna / Ishtar.
Reinado na Terra
  • 3.760 aC: [penúltima passagem de Nibiru pelo nosso sistema solar, surgimento do embrião das doze tribos dos povos hebreus]: A realeza é instituída como forma de governo na Terra. Kish é a primeira capital sob a égide de Ninurta. O calendário começou em Nippur. A civilização floresce na Suméria (a Primeira Região).
  • 3.450 aC: Primazia na Suméria transferida para Nanar / Sin. Marduk proclama Babilônia “Portal dos Deuses”. O incidente da “Torre de Babel”. Os Anunnaki confundem as línguas da Humanidade. Frustrado com seu golpe, Marduk / Ra retorna ao Egito, depõe Thoth, captura seu irmão mais novo, Dumuzi, que havia se casado com Inanna. Dumuzi é morto acidentalmente; Marduk preso vivo na Grande Pirâmide. Libertado por um poço de emergência, ele vai para o exílio.
  • 3, 350 – 3.100 aC: anos de caos terminam com a instalação do primeiro faraó egípcio em Memphis. A civilização chega à segunda região no vale do Rio Nilo. Surge a escrita, código de leis, etc.
  • 2.900 aC: Reinado na Suméria transferido para Erech. Inanna recebeu o domínio sobre a Terceira Região; começa a Civilização do Vale do rio Indus [hoje situado no Paquistão].
  • 2.650 aC: A capital real da Suméria muda. A realeza se deteriora. Enlil perde a paciência com as multidões humanas indisciplinadas.
  • 2.371 aC: Inanna se apaixona por Sharru-Kin (Sargão). Ele estabelece uma nova capital. Agade (Akkad). Começo do futuro império Acádico.
  • 2.316 aC: Com o objetivo de governar as quatro regiões, Sargão remove solo sagrado da Babilônia.  O conflito Marduk-Inanna irrompe novamente. Termina quando Nergal, irmão de Marduk, viaja da África do Sul para a Babilônia e convence Marduk a deixar a Mesopotâmia.
  • 2.291 aC: Naram-Sin ascende ao trono de Akkad. Dirigido pela guerreira Inanna, ele penetra na península do Sinai, invade o Egito.
  • 2.255 aC: Inanna usurpa o poder na Mesopotâmia; Naram-Sin desafia Nippur. Os Grandes Anunnaki destruíram Agade. Inanna foge. Suméria e Akkad ocupadas por tropas estrangeiras leais a Enlil e Ninurta.
  • 2.220 aC: civilização suméria atinge novas alturas sob governantes iluminados de Lagash. Thoth ajuda seu rei Gudea a construir um templo-zigurate para Ninurta.
  • 2.193 aC: Terah, pai de Abraão, nascido em Nippur em uma família real sacerdotal.
  • 2.180 aC: Egito dividido; os seguidores de Ra / Marduk mantêm o sul; Os faraós que se opunham a ele ganhariam o trono do baixo Egito, no norte.
  • 2.130 aC: À medida que Enlil e Ninurta estão cada vez mais distantes, a autoridade central também se deteriora na Mesopotâmia. As tentativas de Inanna de recuperar a realeza para Erech não duram.
  • Ano de 2.024 a.C.: “Então o “Senhor” fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal. E Abraão levantou-se aquela mesma manhã, de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor; E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina; e viu, que a fumaça da terra subia, como a de uma fornalha”. – Gênesis 19:24-28 

sexta-feira, 4 de março de 2022

corona

 O vírus é anticorpo da terra;

E o ódio transmite infecção;

Consciência multi antibiótica;

Cuida e respira com atenção.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

sábado, 19 de fevereiro de 2022