O pensamento de Gurdjieff - centrado nas ideias de mudança pessoal e desenvolvimento da consciência como uma forma de ‘desfazer’ o condicionamento social - influenciou vários outros, como o esoterismo de Osho e xamanismo pós-moderno de Castaneda. Para esses autores, não há espaço para transcendência, imagens ou ideias permanentes: não há nada além deste mundo (arquétipos, espíritos ou dimensões) e a realidade é apenas uma descrição feita pela mente.
Nos livros Espiritualidade Contemporânea (2001) e Cadernos de esoterismo contemporâneo (2015) desenvolvi as ideias desses autores, em oposição à tendência de novo esoterismo gnóstico mundial, baseado em colagens espiritualistas das antigas tradições e na crença de entidades de outro mundo. Ken Wilber (2000) representa um passo à frente, tanto em relação ao movimento holístico e transpessoal, quanto do pensamento pós-moderno, seja ele acadêmico (como Foucault e Deleuze), ou esotérico (como Castaneda, Osho e Gurdjieff). Para ele, o pensamento pós-moderno é democrático, comunitário, ecológico. Chega a decisões através do consenso em debates intermináveis. Possui valores fortemente igualitários, anti-hierárquicos e pluralistas. Defende a construção social da realidade, a diversidade, o subjetivismo, o multiculturalismo, e tem um sistema de valores relativistas;
E esta visão do mundo é designada por Wilber de ‘pluralismo relativista’. Wilber considera que estamos fazendo a passagem de um nível de organização disciplinar para um nível pós convencional, baseado na coordenação não arbitrária das relações, em que seja possível uma desregulamentação, em que as diferenças e as pluralidades possam ser integradas em fluxos naturais interdependentes.
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