segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A estória de Bal Shem Tov


O amado Bal Shem Tov estava à morte e mandou chamar seus discípulos.

- Sempre fui o intermediário de vocês e agora, quando eu me for, vocês terão de fazer isso sozinhos. Vocês conhecem o lugar da floresta onde eu invoco a Deus? Fiquem parados naquele lugar e ajam do mesmo modo. Vocês sabem tudo isso, e Deus virá.

Depois que o Bal Shem Tov morreu, a primeira geração obedeceu exatamente às suas instruções, e Deus sempre veio. Na segunda geração, porém, as pessoas já se haviam esquecido de como se acendia a fogueira do jeito que o Bal Shem Tov lhes ensinara. Mesmo assim, elas ficavam paradas no local especial da floresta, diziam a oração, e Deus vinha.

Na terceira geração, as pessoas já não se lembravam de como acender a fogueira, nem do local na floresta. Mas diziam a oração assim mesmo, e Deus ainda vinha.

Na quarta geração, ninguém se lembrava de como se acendia a fogueira, ninguém sabia mais em que local exatamente da floresta deveriam ficar e, finalmente, não conseguiam se recordar nem da própria oração. Mas uma pessoa ainda se lembrava da história sobre tudo aquilo e a relatou em voz alta. E Deus ainda veio.

ESTES, Clarissa Pinkola. O dom da história – uma fábula sobre o que é suficiente. Tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998. Pág.s 08-09

o amor suficiente


Há uma antiga estória que conta um casal muito pobre iria comemorar o Natal. O rapaz, trabalhador, incansável desejava levar algo para ceia e um presente para sua amada, mas não tinha o suficiente. A moça, por sua vez, também queria dar um presente para seu dedicado esposo, embora não tivesse como. Seu único bem era um relógio de bolso, herança de seu avô, que carregava sempre nas calças. O jovem, então, decidiu vender o relógio para comprar um panetone, cidra e um belo pente artesanal para sua esposa pentear seu longo cabelo preto. Ela, do outro lado, para comprar uma corrente para relógio do marido vendeu sua cabeleira a um peruqueiro.
Naquela noite de natal, quando descobriu que cada um havia dado o que tinha de mais valioso para si em troca de algo que não mais seria útil para o outro, o casal descobriu que o amor verdadeiro, a dádiva, era o mais importante dos presentes. E que aquilo era suficiente.

Resumo da estória contada por ESTES, Clarissa Pinkola. O dom da história – uma fábula sobre o que é suficiente. Tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998. Pág.s 19-27

sábado, 15 de dezembro de 2012

A RODA DA PAIXÃO


por Keith Dowman



Keith Dowman estudou com S. S. Dudjom Rinpoche, é o tradutor da biografia de Yeshe Tsogyel (retirada do ciclo de termas descobertos por Taksham Nuden Dorje e publicada em inglês com o título "Sky Dancer"), e atualmente organiza peregrinações pelos lugares sagrados do Budismo Vajrayana. Neste excelente ensaio retirado de seu site na Internet (http://www.keithdowman.com) ele fala com muita propriedade da sexualidade humana no contexto dos venenos mentais.

 

Há muitos ciclos no fluxo de nossa experiência. Os ciclos macrocósmicos são os incontáveis renascimentos, o ciclo do nascimento até a morte, ciclos (ou uma espiral) de sete anos de amadurecimento do corpo-mente, o ciclo anual das estações, o ciclo lunar com seu ciclo feminino correspondente, o ciclo diário, etc. Os ciclos internos microcósmicos são a rotação entre atração, aversão, desinteresse e de novo atração, da felicidade até a tristeza e de volta, da aberta extroversão social à introversão anti-social. Todos estes ciclos de experiência compõe a roda da vida, também chamada de roda do tempo, já que as mudanças da vida têm origem no tempo em constante mutação. A roda externa gira devagar, a roda interna muito rápido. A velocidade giratória da roda interna é determinada por muitos fatores diferentes. Emoções voláteis aceleram a roda, consciência plena de cada momento de experiência emocional a retarda. Ações impulsivas a aceleram, paciência a retarda. Indulgência acelera, disciplina retarda. Gira depressa na juventude, quando as mudanças acontecem em rápida sucessão, e paulatinamente fica mais devagar enquanto envelhecemos e as mudanças diminuem. Independente da velocidade, a roda da vida compõe nossa vida interior e nossa experiência, e dentro dela somos controlados por nossas emoções.
 
É simples ilusão acreditar que estamos em controle da roda, que o ego que pensa a domina, olhando de perto fica evidente que nossos pensamentos são reflexos de nossos sentimentos. É como se o volante fosse guiado pelas curvas na estrada, não pelas mãos que o seguram. O rabo do cachorro é o nosso pensamento, o cachorro é nossa emoção, e é o cachorro que abana o rabo, não o rabo que abana o cachorro. Mesmo quando nossos sentimentos são profundamente reprimidos e a mente racional domina, ainda assim nossos pensamentos são determinados de forma sutil por nossos sentimentos inconscientes.

A roda da vida gira veloz e furiosa especialmente na juventude, quando podemos estar sentados no topo do mundo em um minuto e logo nos encontramos jogados num espaço alienado solitário de raiva e ódio. Particularmente na adolescência as oscilações emocionais do processo são ativadas pelos impulsos sexuais e a carga emocional tem uma fonte sexual. O sentimento de autoconfiança num mundo colorido surge mais freqüentemente de uma sensação de satisfação sexual no qual um corpo-mente juvenil é lisonjeado pelo amor, pela concessão de simpatia e sensualidade. Quanto maior a sensação de auto-admiração e auto-congratulação mais intensa a dor e perda quando nosso objeto de amor está compartilhando prazer com outra pessoa. A inveja obceca a mente completamente. Retirado do objeto de amor e sem nenhuma chance de satisfação, o estado de mente equivocado em que estamos recebe reações negativas de outros parceiros, e a frustração aumenta. A angústia dessas algemas torna o mundo inteiro negro e mesmo amigos parecem inimigos, seus comentários comuns tornam-se dardos ameaçadores. Ira e violência inconscientes contra pessoas ou coisas é geralmente uma saída possível dessa armadilha, e giramos num mundo frio fechado em si mesmo onde somos presas igualmente de nossos amigos e inimigos. Quando essa catarse completa-se, a energia desgasta-se, podemos retornar a humanidade novamente para encontrar a possibilidade do amor e da comunicação. São estágios no ciclo do amor-apego adolescente e a roda pode girar completa em um minuto, uma hora ou um dia.

Então a roda da vida pode ser articulada como a roda do desejo sexual e apego. Força vital, luxúria pela vida e sexo com um apetite voraz por prazer são seus mecanismos, e toda a gama de emoções é posta em movimento. Enquanto envelhecemos nossos padrões de hábitos sexuais estabelecem-se, nossas preferências sexuais ficam mais explícitas, e torna-se evidente qual emoção, qual disposição de mente na roda do apego sexual nos domina. Podemos ficar presos num mesmo estado por dias, meses ou mesmo anos, e de acordo com nossas personalidades sexuais aproximamo-nos dos arquétipos que nos definem sexual e socialmente. Somos a vítima ou virgem eterna, o sensualista, o competidor, o viciado em sexo, o demônio ou terrorista sexual, o predador — ou o iogue do amor búdico. Estes rótulos denotam tipos psicossexuais, tipos de personalidade sexual. Cada personalidade é dominada por uma emoção daninha particular, que colocadas na vida sexual geram um complexo psicossexual tirânico. Estas emoções são especificamente ansiedade, orgulho, luxúria, inveja, raiva e medo.

A Eterna Virgem

A ansiedade está na raiz da psique de todos nós e o medo é o veneno da mente. Todas nossas respostas sexuais surgem da ansiedade. Esta é estabelecida de nosso sentido de separação, de nossa solidão, que surge no nascimento com o fim de nossa unidade com a mãe no útero e a entrada num mundo alienígena. Enquanto crescemos e nossa consciência amadurece, ficamos mais e mais conscientes de nossa separação e isolamento do exterior. Há um rompimento entre o "Eu" e o outro, "Nós" e "o inimigo", e, olhando para o mundo de dentro de uma bolha, a ansiedade surge com todas as percepções. Quando algo ameaçador é percebido fora, quando "o outro", "o desconhecido", ameaça invadir nosso espaço, então a ansiedade gira rápido e a adrenalina jorra em nosso corpo-mente. Quando o desconhecido é um homem ou mulher excitado ameaçando a invasão de nossos corpos, o medo cria um muro de proteção que nos "protege" de seus avanços.

A virgem, incerta de sua identidade sexual, é muito consciente desse mecanismo, mas ele aflige — e protege — todos nós. Quando encontramo-nos num estado de ansiedade, inseguros de nossa identidade pessoal, social e sexual, a ansiedade surge na mente. Se temos egos imaturos, como na juventude, então precisamos escalar uma montanha de mente de forma a ganhar um sentido de quem somos. Não podemos nos engajar sexualmente ao menos que haja confiança suficiente para banir essa ansiedade básica. E a perda do ego só é possível depois que o ego formou-se e possui um forte sentido individual e, da mesma forma, o orgasmo não é atingível até que um limiar de tensão seja alcançado onde o relaxamento permita alívio e ejaculação. Se nossos egos estão formados, como quando somos adultos, mas um sentido de inferioridade ou baixa auto-estima nos contamina, novamente somos presas da ansiedade que inibe o ato sexual.
Abuso sexual na infância, experiências dolorosas ou traumáticas na adolescência, repetida rejeição, relacionamentos infelizes, qualquer um destes pode induzir a ansiedade que reforça uma resposta habitual negativa aos avanços sexuais. O desejo não é forte o bastante para romper através da resistência e a rejeição torna-se uma resposta automática. O desejo é reprimido e um celibato indesejável, ou pelo menos equivocado, é forçado. Porém podem surgir circunstâncias externas em que as barreiras se rompem — através do álcool, pelo sentimento de segurança completa com um determinado parceiro que gera aumento incomum na autoconfiança — e a paralisia enfim relaxa. A perda da virgindade pode então ocorrer, mas neste caso impotência, ejaculação prematura e incapacidade para alcançar o orgasmo podem acontecer. Tire todas as condições externas e estamos de volta à velha síndrome da virgindade perpétua e da mentalidade "chá de cadeira". Se nossa excitação heterossexual é freqüentemente frustrada pela ansiedade, se o medo do sexo oposto é um obstáculo insuperável à realização, então o fluxo do desejo pode desviar-se para a opção menos ameaçadora do apego ao mesmo sexo, e forma-se um hábito homossexual. Falta de experiência pode levar a atrasar nosso desenvolvimento sexual e podemos ficar presos numa prática pré-adolescente aparentemente inofensiva que leva ao sexo com crianças. Podemos também tomar refúgio no auto-amor e narcisismo que torna a masturbação o escape comum.

A ansiedade vem juntamente com cada resposta sexual, mas a irrepreensível, inegável, emoção da luxúria, alimentada pelo orgulho e inveja, geralmente a dissolve e supera. Se fatores de inibição evitam este processo, a excitação heterossexual desvia-se. Mas há outra forma de desvio — a síndrome de vítima. Virgens eternas de ambos os sexos podem cair nesta armadilha, mas como a natureza fez a mulher com uma psique mais frágil e a fazem mais propensa a passividade e a submissão, sua vulnerabilidade maior torna-a mais suscetível. A vítima não precisa mais do que obedecer, permitindo que suas tendências de rejeitora sejam ofuscadas, sem tomar responsabilidade por suas ações. Se ela tem uma história de abuso na infância, estupro ou tratamento indelicado de corpo ou de mente em algum ponto de sua existência —qualquer experiência sexual que destrua a auto-estima — então a síndrome já está parcialmente formada. Ela pode cair vítima de qualquer dos tipos psicossexuais: ao sensualista que a utilizará como um brinquedo ou como um estimulante erótico, ao competidor que exige total obediência e a mantém sob seu completo domínio, ao viciado em sexo que nela despeja sua frustração, ao demônio sádico que pode levá-la as mais baixas de suas espúrias inclinações, e ao predador que a possui e abandona de acordo com sua vontade. A vítima pode fazer um casamento desigual, onde ela é usada e abusada ou pode ser forçada à opção mais torpe — prostituição.

Os Sensualistas ou Deuses do Amor

Amor é um meio eficaz de dissolver a ansiedade e romper a paralisia dos efeitos do medo. É um antídoto eficaz contra o veneno mental do medo. Ser amado é sentir-se seguro sexualmente e induz a confiança na qual mutualidade sexual pode surgir. Perdemos todas as inibições. Estar amando é um estado aberto onde o dar e receber físico são uma alegria. Neste estado podemos preencher as necessidades sexuais tanto nossas quanto de nosso parceiro e entregarmo-nos a nossos caprichos sexuais. Pode não ser na primeira noite, no leito de núpcias, que as coisas se ajeitem, mas na lua-de-mel de um casamento ou de um caso amoroso, há tempo e meios para experimentações e explorações que levem a uma compreensão e resposta física às necessidades e preferências mútuas. As preferências eróticas são reveladas, zonas erógenas exploradas, posições sexuais testadas, e os parâmetros mais satisfatórios de tempo e espaço são determinados — tudo isto como um fim em si mesmo, não como um meio de estabelecer um padrão físico de comportamento. Com o conhecimento crescente dos corpos-mente de cada um, nossas identidades sexuais são focalizadas, e isto aumenta a auto-confiaça, incrementa a auto-estima e cria um ambiente para o desenvolvimento dos elementos básicos do amor erótico que já foram estabelecidos.

Talvez, neste ponto, se somos confiantes o suficiente em nós mesmos, então o elemento emocional no relacionamento torna-se menos significativo. Somos apanhados pela simples intensidade sensorial do toque e da sensação nas preliminares e união física que se prolongam por horas em múltiplas sessões diárias de brincadeiras sensuais. Sexo e amor são a razão para existir e tornam-se prioridade. Apreciamos e elogiamos a beleza um do outro. Nossos corpos respondem de maneiras anteriormente inimagináveis. Nos completamos através da comunicação entre nossos corpos e da troca de fluidos sexuais. O orgasmo nos dá um gostinho de prazer divino, e a satisfação mútua insinua a totalidade divina do ser. Fantasias são realizadas — o que quer que façamos é nossa fantasia realizada instantaneamente. A adoração mútua amplifica a sensação de ser um deus e uma deusa num paraíso sensual. Porque não podemos prevenir um fluxo de felicidade para fora de nossa bolha de união — e todos amam um amante — nosso estado paradisíaco de ser reforça-se socialmente.

Até quando isto durará? Quando começará a apodrecer? Quanto demora para virar rotina? Quanto demora até que o amor seja contaminado por incompatibilidades de personalidade? Quanto demorará até que a rotina e diminuição da interação diária criem dúvidas mesquinhas, medos e sementes de desconfiança? Pode ser uma hora ou uma vida inteira, mas eventualmente aquele brilho inicial de prazer inocente declina. Geralmente é um sentido de "eu" que anuncia esta perda. Tornamo-nos empanturrados de ego, pensando que é um "Eu" que cria a situação. A vaidade introduz-se. Perdemos a vergonha ao fazer amor, todo sentido de humildade a frente do grande enigma do amor é perdido, e ostentamos nosso sexo para nosso parceiro e para o mundo em geral. Já não há frescor e pureza na exploração sensual e o desabrochar do amor se dissolve. Levados por um hábito condicionado e pela ânsia de reconquistar as alturas da fase de lua-de-mel, continuamos com a mesma paixão desinibida, mas nossos sentidos estão cansados. Aos outros nossa persona é feia e perdemos credibilidade e apoio social.
Ainda com um orgulho e autoconfiança inabaláveis, recebendo continuamente prazer, permanecemos neste reino de prazer divino, e juntamo-nos aos muitos sensualistas de carreira. Não mais precisamos de nosso primeiro e pequeno amante e a variedade da experiência sexual torna-se o tempero do prazer. Então ficamos presos em um paraíso sensual com uma sucessão de amantes — ou cônjuges — que concedem-nos mais da mesma satisfação e também, até certo ponto, satisfação emocional. Tornamo-nos aristocratas sexuais, prima donnas e estrelas, experimentados e fáceis num ambiente sibarítico, alguém com sorte no amor. Este é o mundo do playboy, da cortesã e da gueisha. Tomamos isto como garantido e ficamos desdenhosos de um parceiro que ainda tenha um mínimo de vergonha e conseqüente inibição. A massa dos neuróticos sexuais é tratada com desprezo e ao sibarita entediado a vontade de fazer jogos de poder com deuses menores e meros mortais suscetíveis à inveja ou levados a competição é um prazer. Nenhuma pena ou compaixão modifica essas atitudes ou ameniza as regras dos jogos, e nossos parceiros sofrem. Usamos e abusamos do sexo oposto como brinquedos, como prostitutas ou gigolôs. Uma sem-vergonhice que pode parecer aos outro como obscena ou lasciva distingue nossa atividade sexual. Ficamos com múltiplos parceiros ou programamos orgias para maior estímulo erótico. Qualquer orifício é tão bom quanto qualquer outro para penetração e gratificação. A bissexualidade é um recurso para o apetite entediado, e o sexo anal ou oral se tornam finalidades e não meros aspectos de preliminares. Os charmes de virgens, jovens, e parceiros exóticos podem ser particularmente tentadores ou atraentes. Os dogmas do Maquês de Sade podem tornar-se nosso credo como uma fuga do declínio inevitável do corpo envelhecido e da desilusão mental.

Os Competidores

A fase lua-de-mel dura somente o enquanto o tecido do relacionamento permanece inteiro. Quando aparecem rupturas na mutualidade da vivência sexual, quando desigualdades percebidas surgem, fracassos no dar e receber recíprocos, desentendimentos de motivo e intenção, o amor está envenenado e a desconfiança dá espaço para ciúmes reais ou imaginários. O ciúme desenvolve-se de nossa desconfiança. Aqui não há necessidade de um terceiro. Se duvidamos da motivação de nosso parceiro então nosso ciúme primeiro surge simplesmente como uma constante vigilância acompanhada de uma atitude de defesa. Se os fracassos em nosso amor persistem então a atenção ansiosa torna-se possessividade, que pode ser criada pelo amor, mas é contraproducente e aumenta a tensão no espaço entre nós e nosso parceiro. Neste espaço a competitividade se desenvolve. Se somos objeto de ciúmes, percebemos uma vantagem emocional perante nosso parceiro possessivo e defensivo e a exploramos. Se somos aquele marcado pelos ciúmes, então o domínio de nosso parceiro aumenta a desconfiança, nossos ciúmes exacerbam-se e precisamos da sensação de controle para contra-atacar a insegurança presente. O palco agora está pronto para uma guerra dos sexos por controle e dominação. Alguma forma de amor degenerado ainda está presente, ela nos gruda ao relacionamento, e esse apego —talvez seja apenas a memória de uma fase mais generosa de relacionamento — exclui a possibilidade de apenas ir-se embora.

Ainda lembrando a sensação de poder e saciedade divina da fase de lua-de-mel, ainda auto-satisfeitos e convencidos pela memória destes momentos de divindade, ficamos amargos por sua perda. Sentido-se ameaçados no espaço da separação, procuramos nosso ego como refúgio, elevando-nos e colocando o parceiro e adversário para baixo com desprezo e desdenho. Confrontação física e verbal marcam nosso relacionamento. Tecemos redes de intriga alistando aliados para a guerra. A mulher— com maior suscetibilidade aos ciúmes — e o inferno não conhece fúria igual a de uma mulher traída — corroendo seu coração nesta era de feminismo, pode alistar um exército de mulheres a seu lado e o relacionamento torna-se uma guerra dos sexos na qual o caminho da opção pelo lesbianismo pode tornar-se uma desagradável arma estratégica. Outros objetos de amor ou parceiros sexuais podem ser trazidos para o relacionamento como armas táticas. O macho, porém, retirado de sua equanimidade, crescentemente toma refúgio numa atávica mente masculina para combater as trapaças da mulher, o que por sua vez leva a ainda maiores excessos da parte dela.

Toda essa castração ciumenta pode impedir a prática sexual. Mas logo ontem estávamos satisfazendo um ao outro todas as noites com resposta mútua intuitiva e sensível, e a partir do hábito e do desejo energizados pelo combate, a batalha pode tomar formas físicas e emocionais na cama. Aqui a paixão do ciúmes transporta-se para o desejo, e a amargura mútua torna-se estímulo e satisfação recíprocos. A ânsia para controlar focaliza a atenção em técnicas de sedução, excitação e fuga, que refinam e sofisticam as preliminares e a união. Tais técnicas podem refinar-se em jogos sadomasoquistas nos quais ambos parceiros conseguem gratificação em posições de submissão e dominação. Mas tais momentos de reaproximação e gratificação mútua tornam-se menos freqüentes a medida que a espiral de combate alarga-se e cada mais aumenta a distância entre os parceiros, o que causa uma desconfiança idêntica a uma paranóia, e então chega o momento da separação ou do divórcio.

O hábito da competição nos seguirá após o relacionamento de origem até a arena da procura por outro parceiro. Aqui a energia de nossa ambição de dar-se bem e vencer, não só numa competição sexual, mas em todos os aspectos da vida, será vista como uma qualidade desejável por um parceiro igualmente ambicioso. Mas se nossa sorte acabar e se somos rejeitados por nosso escolhido, trocados por um amigo talvez, e então nossa outra melhor escolha nos abandona por um par na corrida dos ratos, a velha propensão para o ciúme é inflamada num espaço sem amor, solitário, onde podemos facilmente virar presas de um ciúmes obsessivo. A inveja daqueles que ainda nadam em seus ambientes sibaríticos de gratificação mútua é sentida como arames-farpados em nossa carne. Aqui somos os amargos cínicos que de caso pensado incendiam os balões de outras pessoas, frustramos seus planos, afundamos seus negócios, promovemos a motivação negativa e tentamos desviá-los a cada momento num jogo constante de um homem só. A política sexual e o próprio sexo são aqui um jogo sem amor, jogado com uma desconsideração sem misericórdia pelos sentimentos envolvidos na competição. Acumulando habilidades verbais e políticas nesta dança de ciúmes e inveja tornamo-nos o político da cama, o manipulador sexual, o jogador obcecado pela derrota do competidor e pelo troféu, ou nosso parceiro. Mas durante os procedimentos uma paranóia assustadora nos compele a olhar repetidas vezes sobre nossos ombros vigiando atrás, e nos entupimos de suspeitas. Estamos alienados constantemente, e com esta sensação de exclusão da sociedade e do sexo oposto, nossa frustração e ansiedade aumentam paulatinamente.

Viciados em Sexo

O viciado em sexo pensa no assunto como se fosse o elixir da vida. Ele é obcecado por seu desejo ao ponto da exclusão de todo o resto. Mas ele não consegue se dar bem. Ele precisa, mas não consegue. A intensidade dessa ânsia insaciável impede a gratificação. Se através da intervenção divina ele consegue, não encontra satisfação alguma. Ele divaga invisivelmente numa busca constante de alívio num deserto sexual sem romance, erotismo ou estímulo sensual. A intensidade grosseira de sua necessidade o torna repugnante aos parceiros potenciais. Se ele encontra uma mulher que tem pena dele o suficiente, ou que não tem discernimento, e que concederá para ele, sua luxúria indiscriminada, sua obsessão auto-direcionada e focalizada, a deixarão frígida. Se ela consegue ignorar sua urgência patética, as preliminares são um ritual pálido auto-consciente e seu desejo nervoso o deixa impotente. Se seu mecanismo sexual automático permite uma ereção, ele não consegue penetrá-la. Se eventualmente consegue, seu orgasmo é prematuro ou mesmo com esforço árduo e prolongado ele não consegue ter um. Se ele ejacula não há satisfação no ato, nenhuma gratificação e nenhuma diminuição do desejo. Sua parceira fica angustiada e insatisfeita e ele volta a divagar solitário novamente num deserto com um desgosto miserável. Apesar de virtualmente invisível aos outros, ele pode observar seus romances, suas brincadeiras eróticas, suas gratificações mútuas, o que aumenta ainda mais sua luxúria inquietável. Seu recurso a masturbação é ameaçado pelos mesmos mecanismos, e também pela ineficácia de suas fantasias sexuais, e ela deixa-o somente com um desejo ainda maior.

A viciada sexual é afligida de forma semelhante, divagando pelos terrenos baldios sexuais em busca de gratificação. Sua ânsia inibe a demonstração de sinais sutis e linguagem corporal que poderiam atrair os parceiros apropriados. Sua obsessão única a torna feia e repugnante. Mas já que seu papel na dança sexual é mais passiva e os homens estão menos interessados em seu estado mental do que em seus genitais ela ainda consegue atrair parceiros potenciais. Suas respostas verbais grosseiras, de mau-gosto, auto-piedosas ou lascivas, eliminam a excitação de muitos dos que ela atrai, mas ainda assim ela tem oportunidades de engajar-se sexualmente. Mas ela é completamente insaciável e nenhuma quantidade ou intensidade a gratificarão. Para ela um orgasmo ou catarse satisfatórios são impossíveis, apesar de todas as mínimas potencialidades de prazer a levarem em busca de satisfação. A urgência de sua necessidade física é acompanhada de comandos autoritários. Inflamada e insatisfeita com um ato sexual, com ou sem um parceiro, ela imediatamente busca outro. Sexo é a única coisa que substancia sua sensação de existência. Ela é a ninfomaníaca.

A causa dessa ânsia sexual frustrada não parece surgir do medo — embora o medo possa estar em sua raiz — mas sim como uma separação dos outros. Nos sentimos cortados, ilhados, isolados além dos relacionamentos. Quando nossa energia sexual é estimulada e intensificada por uma ligação emocional e sexual e então nos vemos privados da fonte de nossa gratificação por uma rejeição no amor ou fracasso sexual, ou apenas por um tempo dado em um relacionamento, somos deixados com uma sensação amplificada de eu e uma consciência hipertrofiada das diferenças que separam-nos de nosso amante anterior. A infidelidade é a forma mais eficiente de aumentar o espaço entre nós e um parceiro com quem estamos comprometidos. Ao procurar restabelecer um relacionamento, através do prender e agarrar, nós apenas empurramos o objeto de amor para mais longe e criamos um ciclo vicioso de apego — quanto mais ansiamos e buscamos, maior a distância entre nós e maior a necessidade pela união. O viciado em sexo equivoca-se entre uma necessidade espiritual e emocional e uma satisfação sexual, e já que alguma comunicação humana precisa anteceder a prática sexual, a união é sempre inatingível.

Mas antes que a luxúria obsessiva nos domine completamente, e antes que a satisfação seja calculadamente ameaçada por uma busca unidirecional de orgasmo e alívio sexual, podemos apenas recorrer aos extremos do estímulo sexual para nos excitar. A conexão entre sexo e violência pode ser explorada em sadomasoquismo, e no extremo da impotência e frustração, inflingir ou sofrer dor física é um meio de excitação. A realização de fantasias sexuais, como amarras ou regressão infantil, pode ser utilizada pelo viciado em sexo para excitar os sentidos entediados ou a sexualidade inibida de forma a sugar um pouquinho de alívio sexual e gratificação. Nosso parceiro pode ser um viciado de outro sexo que está suscetível a nossas necessidades e que de fato dará boas-vindas a atenção que damos, mas ele também pode ser uma vítima vulnerável sobre a qual podemos despejar a força completa da luxúria frustrada.

O Terrorista Sexual

A ânsia frustrada é aliviada pelo relaxamento a um nível de consciência humana onde a comunicação com os outros seres é restaurada e a mutualidade num relacionamento sexual torna-se possível novamente. Mas e se o relaxamento nos escapa e o ciclo vicioso de separação e desejo continua a focalizar a consciência de nosso eu como uma entidade isolada, secionada? Já que ninguém e nada nos dá nenhuma sensação de liberdade e somos incapazes de discernir até mesmo uma diminuta partícula de simpatia, uma aversão pelo mundo inteiro surge. A raiva pela injustiça de nossa situação miserável comparada com a felicidade dos outros deixa-nos ainda mais amargos e mordazes. Solitários e alienados do mundo e da humanidade ficamos apavorados, e um grão de medo entra a cada momento de percepção envenenando-nos contra qualquer estímulo positivo. Começamos a odiar, não somente o que é odioso, mas o que quer que surja em nossos sentidos. A paranóia estabelece-se.

Se ainda estamos em um relacionamento quando o medo e a raiva nos possuem então nosso parceiro vai ter de agüentar a maior parte de nossa dor. Confundimos as atitudes de nosso parceiro solidário com o relho de um inimigo e reagimos cruelmente. Queremos punir nosso amante por criar este estado. "O outro" é o culpado. Expressamos nossa alienação, nossa raiva e medo, em abuso verbal, perseguição mental, o/a excomungando sexualmente, nos recusando e negando comunicação. Projetando nosso próprio estado mental sobre nosso parceiro reagimos como se ele/ela tivesse conscientemente nos infectado com AIDS, percebendo ele/ela como um demônio, nos torturando, procurando nos infligir o máximo de dor. Esta é a reação reflexo de um paranóico incapaz de distinguir entre o inferno ilusório que ele/ela mesmo/a fez e a realidade externa. Se possuímos uma noção da miserável impropriedade de nossas ações, odiamos as amarras em que estamos, causando ainda mais uma volta de comportamento violento.

Neste estado de aversão e medo crônicos não há possibilidade de contato sexual mútuo. É um estado de paralisia sexual. Mas esta dormência da resposta sexual pode ser facilmente quebrada. Quando medo e ódio entram em espiral além da tolerância da consciência nossa raiva torna-se violência física — aqui estão o homem que bate na mulher, o amante esbofeteador que perde as estribeiras —a violência torna-se um estímulo sexual e o estupro é a forma que toma. Perdendo o controle, o terrorista sexual é o sádico, o estuprador, o assassino sexual e o produtor de filmes snuff (N. do T. — filmes onde violência, estupros e mortes reais acontecem.).

Os Predadores
 
O inferno do medo e da raiva paranóicos também passa. A roda gira, e emergindo daquele buraco escuro no chão, rastejamos da aversão excessiva para dentro do mundo negro do predador. Nossa raiva já queimou a si própria, e nossos impulsos e ânsias destrutivas estão saciados. Em seu lugar há uma energia instintiva pela sobrevivência e uma astúcia grosseira. Nossa ânsia sexual é desinibida e descontrolada. Não temos auto-estima e não temos nenhuma responsabilidade moral ou discriminação, então homem ou mulher, sexo anal ou oral, são igualmente aceitáveis nesta esfera bissexual. O homem pode utilizar sua força bruta para conseguir o que quer. Um traço implícito de violência física é suficiente para efetuar uma intimidação física inicial. Este tipo de sexo é luxúria bruta, fisicamente grosseira. Neste mundo crepuscular a virgem eterna é particularmente vulnerável.

O macho predador possui qualquer fêmea que consegue dominar. Sua parceira é a vítima mais acessível. Se ele não tem uma parceira, então uma mulher com uma ausência parecida de auto-estima num estado similar de excitação é acessível, já que neste estado instintivo somos muito sensíveis aos ferormônios e somos naturalmente atraídos a parceiros de mentalidade similar — o predador não é necessariamente um estuprador. Prostitutas e prostitutos, e trabalhadores sexuais em geral atendem ao predador que têm alguma sensibilidade para relações. Qualquer parceira será usada sem remorso ou restrição alguma, num nível instintivo de sexo grosseiro, com o orgasmo e a ejaculação como única finalidades. O homem preso neste estado aprende a usar sua força física, identifica a vítima como um leão a sua presa, rejeita qualquer preliminar, e conclui o ato sexual em muito pouco tempo, provavelmente com ejaculação prematura.

A predadora fêmea neste estado é a desvairada mulher pornográfica, grosseiramente expondo seu sexo e focalizada unicamente na satisfação de ser inseminada. Mas ela pode ser tão ardilosa quanto o homem em sua caça, uma víbora que alimenta-se de homens inocentes e burros. A força física não é sua arma, embora o tamanho e a energia possam igualmente servir para intimidar sua vítima masculina. Mas é mais provável que seja com sua fria e penetrante mente que o seduza, como uma aranha atraindo a mosca para a teia. Uma vez que seu desejo for saciado ele é abandonado, jogado na pilha de seus rejeitados. Como uma vampira ela suga os fluidos sexuais que lhe dão vitalidade e então o descarta, e como a vítima de um vampiro, ele é condicionado a seguir o mesmo método no futuro.

A Oportunidade do Iogue

Da mesma forma que alguns animais podem ser domesticados e seu instinto "sobrevivência do mais forte", "mate ou seja morto" subjugado por uma promessa de segurança e estabilidade, o predador sexual pode ser socializado pela promessa de um maior prazer a ser alcançado através da sensibilidade e conseqüente mutualidade de um relacionamento. Seguimos um processo parecido quando temos estado perdidos numa neblina de inércia e preguiça, onde nossas respostas sexuais são lentas e diretas, nosso prazer abreviado, e onde os relacionamentos são difíceis de cultivar. Através da intervenção de um novo parceiro potencial uma janela abre-se para os prazeres de uma sexualidade refinada, erótica, com uma sensibilidade moral e um aspecto emocional satisfatório, e esta cenoura balançando a nossa frente é suficiente para revitalizar nossa sexualidade e nos conduzir para uma nova dimensão de satisfação.
Nesta dimensão absolutamente humana há segurança emocional, e podemos relaxar e explorar as promissoras possibilidades de um relacionamento sexual. Podemos treinar fisicamente, com ioga ou algum tipo de exercício, e experimentar diferentes posições sexuais, estilos, respirações, aumentando ou diminuindo o tempo da atividade sexual e assim por diante. Dentro e fora do quarto estamos mais conscientes das nuanças do relacionamento entre os sexos e os benefícios que uma resposta sensível e altruísta pode conceder, e nossa consciência desta dimensão da sexualidade é alargada e amplificada. Neste processo de sensibilização e socialização alguma culpa e vergonha por nosso passado de grosserias, egoísmos e crueldades pode ser útil ao nos motivar para um estado onde a mutualidade desabroche. Algumas pessoas ficarão presas neste processo de treinamento sexual, onde a atividade sexual é um ritual físico agradável sem qualquer chance de espontaneidade. Mas se este poço é evitado, nossa sexualidade desenvolvida e amadurecida através do autodesenvolvimento, chegamos em um lugar onde um parceiro potencial acena de um paraíso de sensualidade, prazer elevado e alegre satisfação. A maioria de nós seguirá esta opção e mover-se-á para um outro ciclo na roda da paixão sexual. Mas alguns dirão, "De novo não!", "Nunca mais!" e tomarão o caminho do Amor Vajra.

(Traduzido do inglês por Padma Dorje. Comentários e correções para pdorje@hotmail.com. Visite http://bodisatva.org)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

os passatempos de Krsna - Indra

Certa vez, Indra, o rei dos deuses, que comanda os raios e as tempestades, duvidando do caráter divino do menino Krishna, convocou as nuvens da destruição universal em direção à vila de Vrindávana, onde Krishna morava e divertia-se com seus familiares, amigos, vizinhos e vacas – muitas vacas.
Observando o temor e a aflição dos seus devotos, Krishna simplesmente ergueu, com o dedo mínimo de sua mão esquerda, a montanha de Govardhana para proteger toda a vila do terrível aguaceiro que se anunciava.
A tempestade durou dias e noites e Krishna, nem um pouco cansado pelo esforço de levantar a montanha, alegremente brincou com o seu – guarda-chuva -, desprezando, assim, o poder limitado do invejoso Indra, que, tomando consciência de quem era verdadeiramente aquele jovem garoto de tez azul-escura (gana-shyama), dispersou, finalmente, as nuvens e prostrou-se perante Krishna com respeito e devoção.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Luta de Lobos

UMA NOITE, UM VELHO ÍNDIO CONTOU AO NETO DELE SOBRE UMA BATALHA QUE ACONTECE DENTRO DAS PESSOAS.

ELE DISSE:

- MEU QUERIDO, HÁ UMA BATALHA ENTRE DOIS LOBOS DENTRO DE TODOS NÓS:

UM É MAU: É A RAIVA, A INVEJA, O CIÚME, A TRISTEZA, O DESGOSTO, A COBIÇA, A ARROGÂNCIA, A PENA DE SI MESMO, A CULPA, O RESSENTIMENTO, A INFERIORIDADE, AS MENTIRAS, O ORGULHO FALSO, A SUPERIORIDADE E O EGO..

O OUTRO É BOM: É A ALEGRIA, A PAZ, A ESPERANÇA, A SERENIDADE, A HUMILDADE, A BONDADE, A BENEVOLÊNCIA, A EMPATIA, A GENEROSIDADE, A VERDADE, A COMPAIXÃO E A FÉ.

O NETO PENSOU NAQUILO POR ALGUNS MINUTOS E PERGUNTOU:

- QUAL O LOBO QUE VENCE?

E O VELHO ÍNDIO SIMPLESMENTE RESPONDEU:

- O QUE VOCÊ ALIMENTAR MAIS!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

um grande vazio



"NADA SAGRADO, APENAS ESPAÇOS ABERTOS"

Quando o monge budista Bodhidharma1 chegou à China, no século VI, foi se apresentar na corte do Imperador Wu (Ryo no Butei).

O Imperador Wu levou o monge então a grande salão onde havia vários guerreiros treinando lentamente Tai-chi Chuan, levitando pesadas bolas de metal entre as mãos.

E disse: “Esses são nossos guerreiros; através do controle da energia eles podem vencer qualquer um que ataque a China”.

Depois, o Imperador foi a outro salão em que vários médicos curavam as pessoas através de técnicas de imposição das mãos nos canais de energias do corpo (Shiatzu e Do-in) e de pequenas agulhas esquentadas no fogo (acumputura e mosha). Outros faziam poções e chás, davam banhos e compressas nos doentes.

E disse: “Esses são nossos curadores; eles recuperam e revigoram a vida do povo”.

E finalmente, o Imperador Wu levou Bodhidharma a um terceiro salão, onde vários sábios estudavam o I Ching – o livro das transmutações – e faziam previsões através das rachaduras de cascos de tartaruga.

E disse: “Esses sãos nossos aprendizes dos mestres do Destino, que estudam o tempo e profetizam nosso futuro”.

Ante a falta de interesse do monge, o Imperador então colocou:

- Este é o taoísmo, o tesouro espiritual da cultura chinesa. E você, indiano, qual é o ensinamento sagrado que trouxe para nos ensinar?

- Nada sagrado, apenas um grande vazio2 – respondeu humildemente Bodhidharma e se retirou do palácio para as montanhas Shaolin.

1 Bodhidharma (em japonês: Daruma ou Bodaidaruma) é o mestre indiano que levou o Budismo à China. É o primeiro patriarca do Budismo Zen e o 28º na linhagem do Budismo Indiano iniciada por Buda Shakyamuni (Sidarta Gotama). É ainda o introdutor do kung-fu nos templos Shaolin e o criador da cerimônia do chá.

2 Em outras traduções: “Nada sagrado: espaços abertos”. Esse texto é uma livre adaptação minha do koan 29 do Denkoroku, Registro da Transmissão da Luz, de Keizan Jokin Zenji, reproduzido pelo site www.dharmanet.com.br.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mensageiros do Amanhecer

Quando a vossa biblioteca foi arrancada das prateleiras e espalhada, e do vosso DNA só restaram duas fitas com pouquíssimos dados e pouquíssima memória, a vossa sexualidade foi deixada intacta no corpo físico. Foi deixada como forma de reprodução, claro - como forma de manter a espécie em contato com sua própria essência e trazê-Ia à vida, em no fundo do mecanismo da sexualidade encontra-se uma sequência que pode ser atingida, e que tem sido procurada e mal compreendida por muitas pessoas. Chama-se orgasmo (na verdade trata-se do êxtase, que é o orgasmo amplificado e projetado em centros de energia do corpo tais como o chacra coronário).
O orgasmo foi distorcido de seu propósito original. O vosso corpo esqueceu o orgasmo cósmico que é capaz de atingir, porque a sociedade vem dizendo há milhares de anos que a sexualidade é ruim. Ensinaram-lhes isso para mantê-Ios sob controle, para impedi-Ios de buscar a liberdade disponível através da sexualidade. A sexualidade liga-os a a frequencia do êxtase, que os une novamente à vossa fonte divina e à informação. A sexualidade ganhou uma conotação de palavrão neste planeta, e este palavrão está arquivado na vossa memória celular.
Não apenas nesta encarnação; há milhares de anos vem sendo usado de forma desapropriada. É necessário que limpem toda a negatividade que envolve a sexualidade nesta vida, para experimentar a energia sexual e a expressão sexual nos vossos Eus multidimensionais. Os vossos órgãos sexuais são avenidas que levam ao prazer e criam freqüências que estimulam o corpo e potencialmente conduzem ao Eu espiritual superior. A sexualidade é tão mal compreendida neste planeta que, quando é compartilhada entre duas pessoas, é muito raro existir a intenção de uma ligação espiritual.
A sexualidade invoca uma espiritualidade livre que reconhece seu poder criador. Contudo, raramente ela é usada como ponte que os conduz a níveis mais elevados de cosnciencia. Nós temos conversado com várias pessoas que vêm utilizando a luz. Uma vez encontrado o parceiro adequado, dentro de uma situação monogâmica, elas têm conseguido atingir estados de ser muito elevados. A monogamia funciona muito bem para vocês por causa do nível vibracional em que se encontram.
Quando têm muitos parceiros, há uma tendência a ser menos honesto com cada um deles e a esconder a vossa verdadeira essência: compartilham um pouco aqui, um pouco lá, um pouco acolá, espalhando suas sementes. É melhor estar com uma só pessoa, o que não significa a mesma pessoa para sempre, sejam leais, abertos e compartilhem tudo com a pessoa com quem estão trabalhando, e sigam com ela até onde for possível. Se for a vida inteira, ótimo.
Se não, quando chegarem a um ponto em que não mais se comunicam nem servem um ao outro e sentem que o relacionamento não vai evoluir mais, terminem e procurem outra pessoa que trabalhe com a vossa vibração. Quando trabalham um-a-um intimamente, desenvolvem a confiança. A maioria das pessoas tem dificuldade em confiar em si mesmas porque não possuem um modelo de comportamento para a confiança.
Podem aprender muito sobre confiança num relacionamento porque o relacionamento age como um espelho mostrando-Ihes, a partir do outro, o que não conseguem enxergar a partir do vosso ponto de vista. Mostra-os vistos de fora, quando se abre a comunicação através da sexualidade e da intimidade profunda e quando não estão usando a sexualidade como simples distração, muitas pessoas usam a sexualidade como distração e como forma de fugir da intimidade em vez de desenvolvê-Ia.
Quando começam a receber energia, a olhar nos olhos da outra pessoa e a sentir calor e excitação, em vez de explorar um ao outro intimamente e espiritualmente, fecham o chakra do sentimento, vestem a vossa armadura e fazem sexo genital, superficial, pois é muito amedrontador e muito intenso aprofundar-se na rota da união plena dos dois corpos e dos dois espíritos. As vezes uma relação sexual quente é uma delícia, é maravilhoso. Nós só estamos dizendo que existe mais. Existe muito mais e ninguém esta impedindo que experimentem, quem os impede são vocês mesmo, vossos preconceitos e o medo de derrubar vossas barreiras e limites.
Muitos dos medos que sentem baseiam-se naquilo que vocês mesmos criaram para si e naquilo que fizeram para os outros na vossa vida sexual. A vossa história sexual afeta todas as outras partes da vossa alma e, como tudo o que acontece com a alma, é transmitida em alto e bom tom por todo o corpo. Parem de se julgar, adotem uma posição neutra em relação a suas atitudes anteriores - não importa o que descobri¬rem, não importa se parece terrível, não importa que seja difícil, e não importa quanta violação envolve. Compreendam que o vosso propósito foi reunir dados e conhecer a si mesmos.
A sexualidade é uma frequência. Representa aquilo que não foi roubado de vocês, embora a vossa história, memória e identidade tenham sido pilhadas e espalhadas. A capacidade de descobrir quem são foi deixada intacta, e o caminho para essa descoberta é a experiência sexual. É claro que isso nunca lhes foi ensinado. As igrejas tornaram-se organizações, empresas com o objetivo de controlar a religião e o desenvolvimento espiritual, como também de criar empregos, uma hierarquia, um clube. Pouquíssimas igrejas têm o propósito de informar o povo.
Vocês normalmente não pensam em religião como algo que os mantém informados, pensam?
Qualquer religião que traga informação está operando na vibração da verdade.
Os planos espirituais são lugares de existência aos quais o corpo humano não tem acesso. Como a sexualidade era uma oportunidade para que os seres humanos recuperassem sua memória, se unissem a seu Eu espiritual, ao criador espiritual e encontrassem a avenida que conduz ao plano espiritual, as igrejas chegaram e anunciaram que a sexualidade destinava¬se exclusivamente à procriação. Ensinaram-Ihes que a única razão da existência da vossa sexualidade era a reprodução. A sexualidade foi considerada uma coisa muito ruím. Disseram às mulheres que a sexualidade era algo a que tinham de se submeter para servir aos homens, e que elas não dispunham de controle sobre o processo da reprodução.
Elas acreditaram; por isso, até hoje, vocês acreditam não possuir controle sobre esta parte do vosso corpo. Decisão e intenção é que concretizam as experiências do ser humano. Vocês podem determinar quando ter, ou não ter, um bebê. Se a mulher tivesse percebido que possuía essa capacidade no decorrer dos últimos milênios, se tivesse sido capaz de explorar seu Eu sexual sem medo de engravidar, homens e mulheres talvez tivessem descoberto que eram muito mais livres do que lhes foi induzi¬do a acreditar. A descoberta da frequência mais elevada da sexualidade tem origem no amor. Nada tem a ver se o relacionamento é homo ou heterossexual.
Tem a ver com dois seres humanos dando prazer um ao outro e com isso abrindo novas frequências de consciência. Vocês compraram muitas idéias sobre o que é adequado e o que é inadequado na expressão sexual. O amor é a essência a ser criada em todos os relacionamentos. Se você ama e respeita uma pessoa, não importa sua composição de densidade. O que importa é a vibração do amor e como você explora esse amor, essa união que ocorre com a integração das partes masculina e feminina formando a chama gêmea. O ideal é que a sexualidade seja explorada através dos sentimentos.
O terceiro e quarto chakras ligam vocês ao Eu emocional e compassivo, que os liga ao Eu espiritual. O Eu espiritual é a vossa parte multidimensional através da qual existem em várias formas simultaneamente. A vossa missão, o vosso compromisso e tarefa consiste em estar consciente dessas realidades na identidade em que se encontram. Quando estão conscientes, podem sintonizar-se com diferentes frequências, podem lembrar-se de quem são e alterar a frequência vibratória deste universo. Nós gostamos muito de falar sobre sexualidade devido ao mistério que a cerca neste planeta.
Certas escolas esotéricas guardaram secretamente algum conhecimento sobre o potencial da sexualidade. Vocês são criaturas eletromagnéticas e, quando se unem fisicamente a outra criatura humana, somam as frequências eletromagnéticas. Quando as vossas frequências estão sintonizadas e unidas pela vibração do amor coisas incríveis podem acontecer. Há milênios, quando a sociedade possuía uma visão mais matriarcal em determinadas áreas do planeta, a energia da Deusa podia chegar e trabalhar dentro de certos indivíduos. A mulher tinha consciência de sua força, sua intuição, seu chakra do sentimento, sua ligação e seu desejo de criar vida.
Ela sabia, também, que jamais teria de conceber um filho se nao fosse essa a sua intenção. Para que a sociedade patriarcal pudesse se estabelecer, e a Terra estivesse preparada para essa transformação de consciência, a energia feminina teve de adotar uma posição secundária. Assim, a força feminina, a energia, a compreensão da sexualidade foram suprimidas. Nos tempos modernos - os últimos dois mil anos - as mulheres que habitavam o planeta não acreditavam poder controlar a natalidade, consideravam a sexualidade perniciosa e repulsiva, achavam que o sexo só poderia ocorrer dentro dos laços matrimoniais, etc.. Isso tudo foi uma campanha publicitária.
Uma das campanhas publicitárias atuais para criar um medo ainda maior em relação à sexualidade e sua expressão são as novas doenças: AIDS, herpes e todo o resto. Vocês lêem sobre essas coisas nos jornais e sentem medo da vossa própria expressão, da vossa própria intuição, da vossa própria alegria. Percebem? Antes do vosso DNA ser rearranjado, a maneira pela qual muitas pessoas atingiam os planos superiores, e conseguiam subir as escadas de si mesmas para alcançar as frequências extra-planetárias, era pela união eletromagnética através do amor. Elas criavam uma experiência semelhante a um foguete que as lançava em outros sistemas de realidade.
Este foi um dos maiores segredos do planeta guardados a sete chaves. Conversamos com muitas pessoas que já tiveram experiências sexuais de absoluta profundidade. Desejamos salientar que não estamos fazendo distinções ou julgamentos em relação a seus parceiros, e gostaríamos de sugerir que vocês também não o fizessem. Esse tipo de programação está superado. Não tem a menor importância o fato de se unirem a uma pessoa do mesmo sexo ou do sexo oposto. Estamos falando da união de dois seres humanos, da maneira mais apropriada que encontram para ligar-se fisicamente e criar amor, porque estão partilhando amor.
Quando integridade e amor estão faltando numa união de corpos humanos, os seres humanos começam a não gostar da experiência. Isto pode criar toda a espécie de resultados nocivos no corpo físico. Foi-lhes permitido ficar com a frequência do orgasmo na sexualidade para que pudessem lembrar-se da vossa identidade superior. Quando essa energia, ou a história de cada um de vocês, for revelada e descobrirem quem são, vão unir diversos corpos da vossa identidade pessoal multidimensional na forma física.
Para receber o impacto total da estrutura da vossa identidade, deixem as doze hélices se acomodarem no corpo e permitam aos filamentos de códigos-luminosos se rearranjarem. Este processo está ligado ao corpo mental que, é evidente, liga-se ao corpo físico. O corpo emocional, ligado ao corpo espiritual, é o corpo que todos querem evitar. Vocês dizem: "Eu quero evoluir. Eu quero uma aceleração rápida, mas não quero passar pelo chakra do sentimento para realizá-Ia." Vocês estão ligados a seus Eus multidimensionais através das emoções, e é nestas mesmas emoções onde primeiro esbarram e ficam presos.
Aceitem a vossa "bagagem" emocional, ela tem uma razão de existir. Muitos gostariam de embrulhar sua "bagagem" emocional e jogá-la no lixo, como se fosse uma coisa muito feia e não fizesse parte de vocês. Essa "bagagem" é a porção sombria da vossa identidade que não querem aceitar e com a qual nem querem conviver. Nós compreendemos quando, às vezes, dizem: "Detesto essa parte de mim. Quero acabar logo com isso, varrer tudo para baixo do tapete e esquecer. Chega dessa história!" Mas lembrem-se, a vossa "bagagem" - os vossos assuntos pessoais - são os tesouros da vossa vida. Vocês aprendem com eles.
Concordaram em mudar, em atrair luz para o vosso corpo e a receber a Família da Luz neste planeta. Uma vez que luz é informação, vocês precisam lidar com todas as coisas que esconderam de si mesmos. A sexualidade é o primeiro tema, pois se trata do vosso Eu secreto - o Eu de quem vocês se escondem. A sociedade disse a vocês: "Isto é bom. Isso é ruim e Podem fazer isso. Não podem fazer aquilo." De onde vieram essas leis? Aliás, quem fez todas as vossas leis? Vocês ficam presos por não conseguirem ler os símbolos da linguagem que falam consigo mesmos.
Por isso alongam as vossas histórias, só gostam delas porque distraem a vossa atenção. Se não tivessem uma história, quem conversaria com vocês? Observem o vosso corpo e percebam o que ele lhes está ensinando. O ideal seria que curassem suas mazelas, criando bem estar e alegria à medida que fossem aprendendo a permanecer mais centrados no vosso corpo e a adquirir uma nova identidade da vossa sexualidade. A sexualidade é a chave. É a porta de entrada para os planos superiores da consciência. Quando se redefinirem, quando os filamentos de códigos-luminosos lhes derem uma nova definição de si mesmos, vocês vão mudar o vosso comportamento sexual.
A sexualidade vai aflorar em todos e a nossa experiência nos permite dizer que esta é a área que vocês atualmente mais temem.
Garantimos que, no futuro, outras áreas mais amedrontadoras surgirão. Se estão obcecados pelo tema do amor e não conseguem compreender o que está ocorrendo, saibam que a vossa dificuldade consiste em procurar o amor fora de vocês. Estão procurando uma outra pessoa que dê significado a súas vidas e os autorize. O não ter essa pessoa, os faz sentir irritados, inúteis, sem valor. Este foi o padrão em que cresceram, que seus pais e a sociedade lhes a apresentaram. Repetimos que o mais importante é amar a si mesmo e respeitar a Terra. Mas vocês esquecem e continuam procurando o próximo relacionamento que esperam torná-los inteiros, completos. Acham que sem um companheiro serão menos aceitos pela sociedade e assim 'começa a solidão. Precisam aprender a ficar sós. A solidão é um estado mental. Vocês nunca estão sozinhos. Existem milhões de entidades à vossa volta.
Se parassem de sentir pena de si mesmos, descobririam que existe uma quantidade enorme de informação sendo constantemente enviada, e a vossa vontade seria, sem dúvida, estar sozinhos para poderem receber os contatos. Quando amam a si mesmos e param com a obsessão de encontrar uma outra pessoa para amá-Ios, são capazes de aceitar o que os outros têm a oferecer. É imprescindível valorizar¬se, para não começar um novo amor disfarçado. Se se decidem por um companheiro, se desejam vibrar com alguém e não recebem o que estão querendo, nada de resmungar, reclamar, fazer biquinho e querer que a pessoa mude de acordo com as vossas necessidades.
Se estabelecem um ideal para si mesmos e ele não acontece, simplesmente mudem a vossa realidade e sigam em frente sozinhos até encontrar alguém que reflita esse ideal. Enquanto isso, vibrem em amor por si mesmos, respeitem-se e percebam que a jornada aqui na Terra visa o auto-conhecimento através do relacionamento com outras pessoas, não apenas com casais, marido e mulher. A jornada aqui é dedicada a respeitar o vosso corpo físico e a singularidade do vosso Eu, à medida que vão cruzando com as vidas de outros seres. Permitam-se trabalhar com o Eu, deixem o vosso Eu evoluir. Vocês têm medo da intimidade consigo mesmos - de estar sozinhos com o Eu.
Uma vez desenvolvida essa intimidade, o silêncio, o amor por si, a contenção da própria energia, irão estabelecer esse mesmo aspecto de intimidade como padrão de intimidade com outra pessoa. A sexualidade pode ser muito confusa nos dias de hoje, porque vocês estão elevando e estudando as suas frequências. Quando corpos se juntam, mesmo que seja através de um abraço, há uma troca de frequência.
Quando têm uma experiência sexual, há uma liberação e hormônios dentro do corpo. Os hormônios despertam determinadas energias dentro das células, que provocam uma transferência da essência de uma pessoa para a outra. É por isso que, quando têm uma relação sexual com alguém, nem sempre conseguem eliminar a energia dessa pessoa. Mesmo não querendo estar com a pessoa, a experiência sexual permanece com vocês, porque houve uma troca eletromagnética. Vocês vão seguindo através desta modulação de frequência, aprendendo como elevar a vossa frequência para um local de informação consistente, amor por si mesmos e intimidade consigo.
Pode parecer muito confuso e até amedrontador unir essa vulnerabilidade toda, que estão aprendendo sobre si mesmos, com outra pessoa, mas quanto mais se tornarem conscientes, e dominarem o uso do vosso corpo, melhor irão saber onde ligá-lo, onde sentar-se e, sem dúvida, com quem unir-se sexualmente. Se agora a expressão da vossa sexualidade incentiva e aumenta o vosso crescimento, automaticamente irão criar essa experiência para si mesmos porque estarão prontos para ela. Precisam saber que, durante o processo de evolução do Eu ocorre frequentemente um período de dormência na atividade sexual.
Dentro da frequencia sexual há uma troca. Assim, se existe uma união e uma troca química com uma pessoa que não está na vossa sintonia, vocês estão recebendo todo o lixo dessa pessoa, porque estão trocando energia com muita intimidade. Às vezes vocês se afastam dessa espécie de troca. Podem pensar: "Que coisa, o que está acontecendo? Será que estou ficando velho? Será que estou ressecando? O que houve?" Nada disso. Vocês podem aprender a usar a energia que os estimula sexualmente sem dá-la para outras pessoas.
Em vez de entrar no caos e na loucura, podem explorar essa energia através da arte da masturbação, sabendo que é perfeitamente válido e saudável fazê-lo. Ou simplesmente observar quando sentem uma excitação sexual e decidir o que fazer com ela. Podem dizer: "Bem, não vou trabalhar isso agora. Vamos ver para onde vai esta energia. Peguem a energia, deixem-na subir pelo corpo e usem-na em outras áreas. Vocês vão chegar a um ponto em que devem venerar, sustentar e amar a si mesmos como se estivessem carregando um bebezinho recém nascido em seus braços, sabendo que estão dando o melhor de si mesmos. Muitas pessoas se dispersam.
Encontrem um local de serenidade e silêncio onde possam encontrar respostas às vossas perguntas. Não irão con¬seguir encontrar respostas fazendo perguntas a todo mundo ou falando o dia inteiro no telefone. Se fizerem isso demonstram que estão procurando fora de vocês. Quando aprendem a voltar-se para dentro de si para encontrar as respostas, o Eu falará.
Normalmente não conseguem ouvir porque estão trancados dentro de padrões de comportamento que já sabem ser necessário mudar, mas falta-Ihes coragem para enfrentar o desconhecido. Com a maior honestidade, vocês têm medo de si mesmos. Isso é muito comum.
Têm medo de não estar completos, e vocês querem muito ser completos. Então dizem: "Estou completo. Sou soberano. Preciso de alguém. Estou atraído por alguém. Não! Não quero ver! Tenho muito medo disso! Não preciso de ninguém. Não, eu preciso sim!" Vocês vão para a frente e para trás. Aprendam a aquietar vossa mente. Aprendam a ter o controle total da vossa energia. O que isso significa? Significa que, onde quer que vocês estejam, estão observando a si mesmos - a postura do vosso corpo, o movimento das mãos, se estão se repetindo muitas e muitas vezes, se estão falando ou em silêncio. Aprendam a observar-se sem julgamento. Aprendam a observar-se (constatando como são) e a corrigir-se (determinando como gostariam de ser). Aprendam a silenciar a mente.
As frequências são transmitidas de uma pessoa para outra, especialmente se houver uma ligação de amor. Uma ligação de amor não significa grudar-se no outro para sempre. Significa simplesmente que existe um relacionamento enquanto o considerarem apropriado, em que há respeito mútuo, troca de energias e que estas energias podem fluir livremente num circuito aberto. Quando vocês não se amam e não estão ligados, não há troca positiva, o circuito não se abre. Isso não significa que não possam ter prazer no sexo; significa simplesmente que o circuito não está aberto.
Com a elevação da corrente elétrica, os orgasmos vão ficando cada vez mais intensos e longos; o corpo humano consegue atingi-Ios e mantê-los porque o sistema nervoso é capaz de sustentar frequências orgásticas altíssimas. O sistema nervoso que determina como você se expressa e sente. Se você tiver um sistema nervoso pouco evoluído, sua experiência sexual será muito limitada, pois é ele o condutor da corrente elétrica. O orgasmo cura e realinha o corpo físico. Com o passar do tempo, não conseguirão se aproximar nem ter relações com alguém que não esteja operando na mesma voltagem.
Simplesmente não vai dar. Seria comparável a uma pessoa que usa sapato n° 41, calçar um n° 35. Não serve, não fica confortável. Vocês não combinam porque as vibrações não se misturam. Na sequência também vão perceber a importância da nutrição vibracional à medida que começam a ligar-se sexualmente, a ligação sexual é a única forma de comunhão total com pessoas que estejam na mesma voltagem ou em voltagem compatível.

A realidade de vocês nos interessa muito porque existem muitas pistas a serem seguidas no vosso mundo que desperta. Quando viajam para outros países, os vossos aparelhos elétricos não podem ser ligados. Eles não servem, é necessário um transformador de voltagem. Seria muito estressante se, cada vez que se envolvessem intimamente numa relação sexual, precisassem adaptar-se a outras voltagens. Exigiria um esforço muito grande. Gastariam toda a vossa energia criando mecanismos de adaptação. E então entrariam em abstinência, não se permitindo avançar porque acabariam baixando as expectativas.
Os anos sessenta marcaram a abertura da exploração sexual. Imediatamente, o paradigma mudou. Grande parte da energia que se encontrava no planeta naquela época, somada à ingestão experimental de diferentes substâncias alucinógenas, criou instantaneamente um novo paradigma que os separou das gerações precedentes. Os limites deslocaram-se instantaneamente. Estavam separados de uma geração que acreditava em guerras e não tinha sentimento - uma geração cuja expressão sexual ocorria no escuro e talvez com muitas roupas cobrindo o corpo. Vocês escancararam o paradigma de muitas maneiras, estabeleceram novas tendências e novas maneiras de ser. Foi maravilhoso. "Uau, amor livre, vamos exibir nossos corpos!" vocês disseram.
Agora chegou o momento de uma nova revolução global, através da qual vocês vão se unir vibracionalmente a uma pessoa. Acabou a sexualidade leviana, o fingimento de sensações - acreditar que se é sexualmente liberado por ficar nesta e naquela posição, dizer isso ou fazer aquilo. isto não passa de aeróbica na área da sexualidade. Nós queremos que entrem na aeróbica e nas contorções da alma - a vibração. A profundidade de duas pessoas atingindo o orgasmo simultâneo e unindo¬se nessa capacidade é o que todos desejam. Se existe medo, é devido à falta de um modelo de comportamento. Vocês devem projetar um.

Precisam acreditar que, de alguma forma, a energia do projeto cósmico, instantaneamente, irá provocar um novo movimento baseado no desejo de dar o passo seguinte em direção ao auto-conhecimento. Vocês vão lembrar com grande clareza as expressões da vossa sexualidade em diferentes realidades quando foram homens e mulheres e exploraram a sexualidade em todos os aspectos. É necessário muita coragem para fazer isso. Se existe úma área em que se julgam a si próprios, e onde o planeta também julga, é a área sexual.

Vocês têm idéias muito definidas sobre o que é próprio e impróprio sexualmente. Por isso, muitos de vocês podem ficar chocados ao se lembrarem do que fizeram com sua sexualidade. Compreendam que, neste planeta, a sexualidade sempre foi o elo que ligou o corpo a vossa freqüência mais elevada. Apesar de grande parte dos dados ter sido desmontada e espalhada dentro do corpo, o potencial de criar a vida permaneceu intacto, para que pudessem compreender inteiramente quem são no âmago do vosso ser. A vibração sexual tem sido a ligação com a vossa identidade cósmica, mas esse conceito global tem sido completamente incompreendido e perdido.

Estamos informando que existe uma história muito maior e muito mais emocionante do que qualquer um ouse imaginar. Existem pessoas que não querem entrar em sintonia com essas frequências, pois elas podem levá-los a áreas de liberação onde começam a compreender as coisas. A sexualidade foi-lhes deixada como frequência, onde vocês seguindo pelo sístema nervoso, podiam ligar-se à mente superior e sair do corpo. Se soubessem que esse era o caminho para fora, quem poderia tê-los controlado ou manipulado? Precisam limpar a conotação negativa e os julgamentos que tingiram a vossa experiência sexual por eons.

Precisam fazer as pazes com o sexo para integrar as frequências e a identidade, ouve tanta manipulação e limites tão estreitos foram estabelecidos, que a verdade da sexualidade foi escondida de vocês. Disseram-Ihes que poderiam procriar e ter orgasmos, mas não lhes contaram que poderiam abrir frequências com ela. Podem contactá-la e usá-Ia como método para se lembrarem quem são e alterar a frequência vibratória do vosso corpo. Nos próximos anos, a expressão da vossa sexualidade terá adquirido toda uma nova dimensão. Irão evoluir e crescer, se tiverem um companheiro que também queira seguir pela mesma estrada e estar tão aberto. Mas se estiverem com uma pessoa que queira jogar o jogo da abstinência ou da fuga, infelizmente, não chegarão lá.
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