“Pode-se
trocar uma cidade de lugar, mas não se pode mudar um poço”. I
Ching
Cavei
um poço dentro de mim e nele me enraizei para viver com liberdade.
Me tornei um escravo da autonomia, centralizando as trocas da vida.
Plantas, animais e outras pessoas passaram a viver em meu entorno,
vivendo em meus ritmos sem perceber.
Maldita independência que me
fez depender dos dependentes, sou parasita dos que me sugam.
Todos retiram água sem
restrições, mas ninguém pede, agradece, nem percebe que existo
como ser.
Aliás, é comum que, as pessoas se vendo refletidas em
minhas águas, me acusem de seus próprios defeitos.
Eu
sou um poço profundo, dentro de mim tem um mundo que ninguém nunca
vai ver. Se não posso sair do lugar, sou anterior a quem me procura
e continuarei vivo depois que se forem.
Sou eternamente fixo, crucificado no chão, com
tudo girando em minha volta.
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