Tudo era impermanente e passageiro no Cosmo, apenas Visnhu e Shiva criavam e destruindo universos, reencarnado em sucessivas vidas nos mundos provisórios como uma linha em um colar de contas. A rainha Lakshmi, consorte de Visnhu, deu ao deus Indra, líder dos Devas, habitantes de um desses mundos efêmeros, o sangue do conhecimento do seu próprio corpo: a Ayahuasca ou Soma , a bebida sagrada que concedia a vida eterna.
Agradecido pela imortalidade, Indra levou a bebida sagrada para outros seus irmãos, pensando em assim expandir e perpetuar a Criação da eternidade diante do tempo e tornou-se então se tornou o rei dos Devas, uma raça de deuses voltados para o governo dos mundos criados, destruídos e contemplados pela tríade primordial.
Havia também, nessa época imemorial, uma raça de largatos-demônios, os Asuras, que também receberam o Soma, o néctar da imortalidade, da grande deusa Lakshmi. Só que os Asuras não puderam se beneficiar do líquido já que este só tem efeito quando é oferecido para outro ser. Quando é ingerido pela própria pessoa ele perde seu poder de vencer a morte. Portanto, os demônios, que eram incapazes de um gesto de compaixão, não se beneficiaram da bebida. Já os Devas, por sua vez, pela gentileza e generosidade que possuíam em seus corações, serviram a bebida uns aos outros e se tornaram anjos.
Desencadeou-se então uma grande guerra entre os Devas e os Asuras, guerra essa que se estende até os nossos dias.
Segundo alguns houve uma traição, a chamada ‘rebelião luciférica’, de um grupo de Devas que trocou de lado e levou a bebida sagrada aos homens dos mundos inferiores, que até então serviam de alimento aos demônios Asura, devoradores de almas. Outras versões, no entanto, dizem que se tratava de uma estratégia dos Devas, que acreditavam que os homens seriam capazes de se eternizar e de, indiretamente, dominar seus dominadores.
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