1. Ciência + Tradição
Lévi-Strauss (1976) afirma que o
pensamento selvagem classifica as coisas (cores, sons, cheiros, animais, datas,
pessoas) segundo critérios subjetivos derivados de experiências sensoriais; em
oposição ao pensamento científico domesticado, que classifica o mundo segundo
critérios objetivos universais.
Viveiros de Castro (2001) nos alerta
que o pensamento selvagem de Strauss não é o pensamento dos selvagens, mas sim
o pensamento em estado selvagem, ainda não domesticado. Ele não é incompatível
com o pensamento científico. O pensamento selvagem se refere a propriedades sensíveis;
o pensamento científico se refere às propriedades abstratas.
Para o conhecimento científico atual, o
Fogo é uma reação química; a Água, um fluído universal; o Ar, um gás raro e
rarefeito; e a Terra, um sistema biológico. Com a física relativista, o tempo
se tornou uma dimensão do espaço. E com a física quântica, a matéria passou a
ser compreendida como uma forma de energia.
Sendo assim, se estivermos em um
universo eletromagnético, como acredita a física atual, pode-se pensar que o
polo elétrico corresponde ao Fogo e é ativo; enquanto o polo magnético é
receptivo e corresponde ao elemento Terra. O Ar e Água, nesse caso, seriam
elementos intermediários e condutores de eletricidade e magnetismo. Além disso,
grosso modo, o Fogo corresponde ao Nitrogênio; a Água ao Hidrogênio; o Ar ao
Oxigênio; e a Terra ao Carbono. A polaridade Fogo-Terra, assim, equivale às
trocas químicas entre a vida orgânica (carbono) e a existência inorgânica
(nitrogênio). E muitas versões mitológicas e esotéricas subdividem o elemento
Terra em reinos (animal, vegetal e mineral) em função do desenvolvimento e da
complexidade do carbono – e de sua interação com o hidrogênio e com oxigênio.
Portanto, é possível pensar sobre os quatro elementos dentro de um quadro de
referências objetivas.
Mais recentemente começou-se a falar em
biosfera, hidrosfera, atmosfera e ... ‘noosfera’ (o mundo das ideias) – termo
criado por Teilhard de Chardin e popularizado atualmente por Edgar Morin. Mas,
as ideias são apenas unidades subjetivas (devaneios cristalizados) de
frequências vibratórias acústicas e luminosas, de ondas elétricas do elemento
Fogo. O termo ‘ionosfera’, por sua vez, enfocando apenas o aspecto externo do
universo elétrico, exclui o homem das trocas ambientais entre os elementos,
ignorando seu papel determinante no jogo de construção do mundo material.
Por outro lado, há vários esoterismos (a
Cabala, a Rosacruz, a Teosofia, a Antroposofia), que entendem o universo como
um processo de involução (ou criação) progressiva de quatro estágios/mundos: as
idades da terra (planeta). Nessas concepções, os quatro elementos representam a
presença de três desses estágios anteriores no interior do presente mundo
material. Assim, primeiro houve a era do ouro e do fogo celeste, depois a era
de prata e da água divina; a era do cobre e do ar cósmico; e agora, o mais
denso dos tempos, o kali-yuga, a era do ferro e da matéria formado pelos quatro
elementos. Cada estágio/universo de desenvolvimento do planeta corresponde
também a um 'corpo'. Assim, temos uma centelha divina no mundo arquetípico das
emanações; uma alma que habita o mundo espiritual da criação e dos sonhos; uma
mente operando no astral inferior; e um corpo na matéria.
2. Relacionando os elementos
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NOOSFERA
Fogo exterior
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HIDROSFERA
Água exterior
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ATMOSFERA
Ar exterior
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BIOSFERA
Terra exterior
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ESPÍRITO
Fogo interior
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REI DE PAUS
FOGO PURO
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DAMA DE PAUS
Água
dentro de fogo
O CALOR
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CAVALEIRO DE PAUS
Ar
dentro de fogo
A LUZ
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SERVO DE PAUS
Terra
dentro do fogo
A VIDA
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ALMA
Água interior
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REI DE COPAS
Fogo
dentro de Água
O SONHAR
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DAMA DE COPAS
ÁGUA PURA
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CAVALEIRO DE COPAS
Ar
dentro da Água
IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
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SERVO DE COPAS
Terra
dentro da Água
A SENSIBILIDADE
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MENTE
Ar interior
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REI DE ESPADAS
Fogo
dentro de Ar
O ARQUÉTIPO
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DAMA DE ESPADAS
A Água
dentro de Ar
IMAGINAÇÃO FORMAL
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CAVALEIRO DE ESPADAS
AR PURO
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SERVO DE ESPADAS
Terra
dentro de Ar
A LINGUAGEM
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CORPO
Terra interior
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REI DE OUROS
Fogo
dentro de Terra
O PODER
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DAMA DE OURO
Água
dentro da Terra
A RIQUEZA
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CAVALEIRO DE OUROS
Ar
dentro da Terra
O TRABALHO
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SERVO DE OUROS:
TERRA PURA
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Propomos aqui um exercício
teórico-poético, com o objetivo de investigar através da imaginação simbólica
as relações dos quatro elementos entre si – tendo como referência as 16 cartas
figuradas dos Arcanos Menores do Tarô: os naipes correspondem às esferas
elementais (Paus = Noosfera, Copas = hidrosfera, Espadas = Atmosfera e Ouros =
Biosfera); enquanto as figuras são associadas ao microcósmico (Rei = Espírito,
Dama = Alma, Cavaleiro = Mente e Pajem = Corpo).
Assim, no Naipe de Paus (a
noosfera/ionosfera), encontramos quatro manifestações do elemento Fogo: O Rei
de Paus, representando o elemento puro; A Dama de Paus (a Água dentro do Fogo)
associada à ideia de Calor; O
Cavaleiro de Paus (o Ar dentro do Fogo) representação da Luz; e o Servo de Paus (Terra dentro do Fogo) simbolizando a Vida.
O elemento Água no interior do universo
ígneo se evapora em ondas de vapor úmido. É um fogo que queima e se alastra.
Não é apenas um calor térmico, é também pressão, expansão. A alma sua memória
purifica no espírito: a água quando se evapora, se destila, eliminando suas impurezas[1].
Por isso, também corresponde à qualidade psicológica da sublimação. Essa
relação corresponde ao fogo dinâmico, contínuo e ao signo astrológico de Áries.
Já o elemento Ar dentro da noosfera corresponde ao signo astrológico de Leão,
ao Fogo fixo, estático e extático: a luz. Em várias mitologias, há uma oposição
nítida entre o fogo que queima e o que ilumina, entre o fogo sexual e o
espiritual. Essa oposição, no entanto, é equilibrada pelo Fogo mutável, a Terra
dentro do Fogo, a vida, que corresponde ao signo astrológico de Sagitário,
representado por Centauro, cuja parte inferior (o cavalo) corresponde ao fogo
animal dos desejos e a parte superior (o guerreiro com arco e flecha), ao fogo
espiritual.
Também se podem ver as três relações do
fogo como diferentes tipos de ‘energia’: a vida orgânica produz a energia Chi (ou ki, japonês); a energia inorgânica (dos diferentes aspectos da
natureza) é o Axé; e a energia das
estrelas é o prana (ou reiki), a energia quântica. Nessa
analogia, a energia das estrelas é a luz (fogo fixo); o axé corresponde ao
calor (fogo dinâmico); e a energia orgânica, à vida (fogo mutável).
As águas seguem um ciclo bem conhecido:
elas caem dos céus como sonhos (a água dinâmica, o signo de Câncer); escorrem
pelos rios como a imaginação (a água mutável, Peixes); e desaguam no mar de
emoções (a água fixa, Escorpião) e, após salgadas, novamente evaporarem pela ação do
sol. Impossível não lembrar as deusas nagôs Yansã, Oxum e Yemanjá – adotadas
pelo candomblé brasileiro.
Eliade demonstra (1992, 153-174), a
universalidade da relação entre o simbolismo da água com a Lua e com o
feminino. No esoterismo em geral, o simbolismo das águas está associado ao
universo da emoção e dos sentimentos. O Rei de Copas, representando o elemento
Fogo dentro deste mundo emocional, o espírito dentro da alma, nos evoca a noção
de Sonhar, de um corpo astral através
do qual a consciência navega em outros universos. A Dama de Copas corresponde
ao elemento Água puro. O Cavaleiro de Copas, o Ar (a mente) no interior do
universo emocional é uma representação da Imaginação
Simbólica. O símbolo do espelho (GOMES, 2010, 21-46) também participa deste
complexo de imagens. E, finalmente, o Servo de Copas, a terra dentro da água,
nos lembra do sal e da Sensibilidade,
o aspecto sensorial do universo afetivo.
O naipe de espadas simboliza o universo
mental, onde encontramos o ar fixo em relação com o fogo, o signo de Aquário; o
ar mutável (Gêmeos), em relação com a água; e o ar dinâmico (Libra), em relação
com o elemento terra. O Rei de Espadas, representando a presença do espírito
dentro da mente, nos remete à noção de Arquétipo
e às imagens de relâmpagos e descargas elétricas no céu. A Dama de Espadas, a
alma dentro da mente, nos faz lembrar a imagem de uma gota de orvalho e nos
remete à ideia de Imaginação formal,
da formalização dos sentimentos. O Cavaleiro de Espadas representa o elemento
Ar em seu estado puro. E o Servo de Espadas, a Terra dentro do Ar, é a Linguagem, a materialização do
pensamento.
O Rei de Ouros, fogo dentro do mundo
material, a terra Dinâmico (Capricórnio) é representado pelas imagens
vulcânicas da terra ctônica, pelos metais, pedras preciosas e pela ideia de Poder. Poder não no sentido de dominação
do outro, mas sim de capacidade imanente de fazer. A Dama de Ouros, a água
dentro da biosfera, corresponde à terra mutável (Virgem), à ideia de Riqueza e às imagens de solos argilosos
e férteis. Riqueza não no sentido de acumulação de bens materiais, mas sim de
variedade e complexidade de recursos. O Cavaleiro de Ouros, o ar dentro da
matéria, a terra fixa (Touro) representa a ideia de Trabalho e das imagens de pedras sólidas e solos arenosos. Trabalho
não só no sentido de atividade transformadora do mundo material, mas também no
sentido de ser transformada por essa mesma mudança. E o Servo de Ouros
simboliza o elemento Terra puro.
Assim, na biosfera, o poder (fogo
imanente de uma terra constante) está em oposição ao trabalho (o ar em
movimento em torno da terra fixa, o planeta). O resultado é a riqueza, a fertilidade
e a abundância.
Ao estudar as relações elementais,
abordaram-se os quatro elementos em séries de três, observando como cada
elemento atua dentro de um único elemento de modo dinâmico, fixo e mutável.
Pode-se também tomar os elementos por colunas, investigando como um mesmo
elemento atua no interior dos outros três.
O elemento Fogo dentro da esfera das
emoções se manifesta como Sonho, no
interior do plano mental como Arquétipo
e dentro da matéria como Poder. A
Água no interior da esfera espiritual é Sublimação;
dentro da mental, Imaginação; e nas
entranhas da matéria, Riqueza. O
elemento Ar na esfera espiritual explode em Luz;
na esfera emocional se vê em um Espelho
Simbólico; e dentro da esfera material, trabalha.
A Terra no interior do plano espiritual é Vida,
dentro do plano emocional, Sensibilidade;
e no interior do plano mental, Linguagem.
3. Arranjos simbólicos conceituais
Bem estabelecido esses conceitos,
vários arranjos simbólicos podem ser desenvolvidos em devaneios poéticos. A
sequência dos signos das constelações do zodíaco astrológico, por exemplo, nos
mostra os conceitos simbólicos embutidos na passagem do ano.
O Calor
(o fogo cinético) é necessário para a arrancada dos começos, no equinócio da
primavera; que se perpetua através do Trabalho
(a terra estática) em abril e maio; estabelece-se então uma Linguagem (o ar mutável) comum no
solstício de inverno; que nos permite Sonhar (a água dinâmica) em julho. A
simplicidade majestosa da Luz (o fogo
fixo) de agosto contrasta com a multiplicidade e com a complexidade da Riqueza (a terra mutável). No outono, a imaginação Formal (o ar cinético) tenta
uniformizar as coisas, criando padrões e modelos; mas consegue apenas uma
explosão de Sensibilidade (a água fixa) em novembro. Então, no
final do ano a Vida (o fogo mutável)
é combustível do Poder (a terra
cinética) que tenta perpetuá-la, através do Arquétipo
(o ar fixo) e da Imaginação Simbólica
(a água mutável).
Ou ainda se colocarmos os signos
zodiacais em pares opostos (180º): O Calor
deseja incendiar os padrões da Imaginação
Formal que a aprisiona; o Trabalho
forma e é formatado pela Sensibilidade;
a Linguagem imita a Vida que também a imita; Sonho e Poder brigam apaixonadamente; a Luz
emana o Arquétipo que a protege; e a Riqueza
e a Imaginação Simbólica travam uma
luta silenciosa na construção dos valores.
Mas os arranjos de símbolos mais
significativos são os que combinamos conceitos dos mesmos elementos.
O caráter oposto e complementar entre a
Imaginação Simbólica (a
mente no plano emocional) e a Imaginação
Formal (a alma no plano mental) fica então bem definido. Enquanto a
primeira pode ser representada pela bolha da percepção, a última lembra uma
gota de orvalho em queda livre. A Imaginação Formal produz sentido dinamizando
Arquétipos, enquanto a Imaginação Simbólica produz Sensibilidade a partir dos
Sonhos.
A relação do Trabalho (a
mente dentro do plano material) com a
Linguagem (o corpo no interior do plano mental) também formam
contradições de simetria invertida, as duas atividades combinam ar e terra em
dinamizações diferentes, sendo que, no Trabalho, o labor corporal está
inteligentemente orientado e, na Linguagem, a cognição se esforça dar sentido
ao concreto.
O mesmo acontece na relação do Sonhar (o espírito dentro do plano emocional)
com o Calor/sublimação (a alma no
interior do plano espiritual): no sonho, o espírito navega em um mar de
emoções; na sublimação, a alma destila suas dores no inferno/paraíso. E a relação da
Sensibilidade (o corpo dentro da esfera emocional) com a Riqueza (o coração no
interior do plano material) retrata a simetria invertida entre os elementos
Terra e Água, representando a consciência de nossa finitude diante da grandeza
do universo; o aprendizado afetivo de aceitação do mundo. As relações do
Arquétipo (o espírito dentro do plano mental) com a Luz (a mente no interior do plano
espiritual) e da
Vida (o corpo dentro do plano espiritual) com o Poder (o espírito no interior do plano
material), além de formarem contradições de simetria invertida como as outras
quatro acima, também são opostos zodiacais e se constituem como arranjos
simbólicos conceituais bastante significativos.
A relação do conceito simbólico
‘Arquétipo’ com a noção de ‘Luz’ representa a simetria invertida dos elementos
Fogo e Ar. Os Arquétipos se assemelham às brasas e a fumaça, formas que emergem
rapidamente das brasas. São imagens passageiras. Já a Luz é eterna, fixa,
estática e apolar. A mente é apenas o ambiente em que ela se perpetua. Tratamos
dessa relação mais adiante, no capítulo intitulado Estudos Cabalísticos. E a
relação entre os conceitos simbólicos Vida e Poder expressa a simetria
invertida mais importante de todas, a dos elementos Terra e Fogo. O Poder tenta
controlar a Vida, mas é eternamente derrotado pela morte. Por outro lado, a vontade
de poder é afirmação do desejo de realização aceito em sua fragilidade efêmera.
Abordamos a relação entre Poder e Vida no final desse trabalho.
A Terra é o elemento que reúne o maior
número de imagens arquetípicas. A rigor, todas as imagens são materiais, mesmo
as de movimento e força. E da mesma forma que associamos as três relações
elementais ao reino mineral (metal, argila e calcário), também se pode
associá-las aos reinos vegetal (os vegetais, os fungos e os corais) e animal
(os peixes, as aves e os mamíferos).
Há, no entanto, algumas imagens chave
do elemento Terra, imagens de repouso que extrapolam as ideias de acolhimento e
proteção - como o útero e o vinho – que também escapam aos arranjos dos
conceitos simbólicos simétricos e transbordam a imaginação com outras formas de
pensar.
[1]
Há também poetas e mitologias que consideram o ‘imaginário do frio’ como sendo
uma referência ao mal absoluto e/ou a morte eterna.
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